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‘Não sou um caso psiquiátrico, sou penalmente responsável’, diz Breivik

Por Da Redação
20 abr 2012, 09h46

Copenhague, 20 abr (EFE).- Durante o quinto dia de julgamento dos atentados de 22 julho na Noruega, o fundamentalista cristão ultradireitista Anders Behring Breivik afirmou nesta sexta-feira que não se considera um doente mental, que possui plena consciência de suas ações e, por isso, deve ser julgado por todos seus atos.

‘Este processo é muito simples. Não sou um caso psiquiátrico, sou penalmente responsável’, informou a imprensa norueguesa com bases nas suas declarações, que não são retransmitidas por conta de uma ordem do próprio tribunal.

Além de ter assumido ‘toda’ a responsabilidade dos ataques, Breivik fez questão de ressaltar que não se sente culpado, já que, segundo ele, a culpa recai sobre os defensores do ‘multiculturalismo’ que ameaça a existência dos noruegueses.

‘O dia 22 de julho não se trata de familiares e nem de mim, trata-se do futuro da Noruega e da Europa’, afirmou o responsável pela morte de 77 pessoas.

O extremista norueguês, de 33 anos, sabe que ‘destruiu’ muitas famílias e que causou ‘uma dor inimaginável’, mas, por outro lado, afirma que nem quer e nem pode pensar nisso.

‘Não acho que poderia estar nesse julgamento sem antes ter eliminado minhas emoções. Se tivesse que tentar compreender o sofrimento que causei não poderia estar sentado aqui ou viver depois do dia 22 de julho’, afirmou.

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Apesar da insistência dos representantes legais das vítimas do massacre, Breivik não aceitou assumir a culpa. ‘Isso não é possível, me derrubaria mentalmente. Não posso eliminar os escudos mentais que tenho’, assinalou.

Breivik assegurou que há seis anos usa uma forma de meditação japonesa para anular as emoções e se comparou com um soldado ‘kamikaze’ japonês em uma ação suicida.

Durante o julgamento, o acusado reiterou sua admiração pela Al Qaeda e ainda declarou que estudou o modo de atuação dessa rede terrorista islâmica, assim como a de outros grupos como a organização terrorista ETA.

‘A fraqueza de organizações comunistas como a ETA é que eles possuem medo da morte. Não se atrevem a fazer um ataque suicida. Não acreditam na outra vida, essa é sua maior desvantagem’, disse.

Sobre sua vida privada, destacou que sempre teve uma ‘boa relação’ com sua mãe e uma vida social ‘normal’, além de ser uma pessoa ‘muito simpática’ e com emoções ao revelar que chorou no enterro de um amigo. No entanto, a partir de 2006 ele passou a usar um ‘mecanismo de proteção’ similar ao dos soldados.

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Breivik também foi questionado pelos juízes sobre muitos aspectos relativos ao primeiro ataque com a caminhonete-bomba em Oslo, como informações relacionadas à fabricação do explosivo e de sua ideologia.

Muitas dessas respostas insistiam na questão do multiculturalismo, que, segundo ele, é apoiado por toda a imprensa da Europa e que é a base do sistema educacional, definido por ele como ‘campo de doutrinamento’. De acordo com Breivik, este fato destrói os papéis tradicionais de uma sociedade.

Se a imprensa norueguesa não houvesse ‘censurado’ as ‘revoltas islâmicas’ na França e na Suécia antes das eleições gerais de 2009, a direita populista teria assumido o poder, o que poderia dar início a uma linha de imigração mais ferrenha, ‘a nível dinamarquês’, um fato que também poderia ter evitado o ataque, declarou.

Breivik só demonstrou sinais de irritação ao ser questionado sobre seu primeiro relatório psiquiátrico, onde o acusado é declarado um doente mental.

A juíza principal, Wenche Elizabeth Arntzen, pediu respeito aos autores do estudo, enquanto Breivik chamava os autores do relatório de ‘Asbjørnsen’ e ‘Moe’, dois conhecidos escritores de contos populares noruegueses do século XIX. EFE

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