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Na expectativa de assistir a um final feliz , multidão e câmeras aguardam mineiros

Mais de 1.000 jornalistas e quase 1.500 familiares não tiram os olhos do alto do morro da mina San José, onde está tudo pronto para o resgate que trará os 33

Por Manuela Franceschini, de Copiapó, no Chile
11 out 2010, 21h07

Os mineiros ainda não sabem, mas o dia em que voltarão a ver a luz do sol e respirar ar seco será quarta-feira. Até lá, uma multidão de mais de 1.000 jornalistas e quase 1.500 familiares não tirará os olhos da montanha desértica, onde a máquina T-130 perfurou 622 metros e deixou o túnel pronto para que eles sejam içados em uma cápsula, um a um.

Os testes feitos com o equipamento foram “excelentes”, segundo o ministro de Minas do Chile, Laurance Golbourne. No entanto, a cápsula não passou dos 610 metros. A razão: “para que nenhum mineiro entrasse escondido e quisesse sair mais cedo”, disse Golbourne, em tom de brincadeira, mas com uma certa cautela.

Muita coisa mudou na mina San José em um mês, quando o mundo descobriu que os operários estavam vivos. Na imensidão do deserto do Atacama, sob o mesmo céu absolutamente azul, músicas e orações continuam. Mas agora os choros deram lugar a sorrisos e vozes confiantes, direcionadas aos 250 veículos de comunicação internacionais e 60 nacionais, que competem por espaço entre barracas, estúdios improvisados e centenas de policiais. A ansiedade, contudo, permanece.

Estrutura – Na entrada do acampamento “Esperanza”, escavadeiras trabalham para retirar areia e ceder espaço aos novos carros, que chegam a todo momento. Com tantas pessoas, o gasto diário com alimentação é alto.

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As 15 cozinheiras do acampamento quase não dão conta dos mais de 1.000 almoços diários. “Está faltando comida, todo dia falta. Trabalhamos como loucas, mas agora com muito ânimo, porque os mineiros estão saindo. Cozinharemos até que saia o último operário”, disse ao site de VEJA Rosa Rivera, chefe do turno do almoço, enquanto mexia duas imensas panelas de feijão branco.

Expectativa – Em direção à cozinha, Ramon Avalos, tio dos mineiros Florêncio e Renan Avalos, caminhava devagar, assustado, fugindo da multidão. “Estarei aqui até que os dois saiam, confiando em Deus e nos técnicos do resgate”, disse.

Os irmãos Avalos também serão recebidos por outros 40 parentes, vindos da cidade de Salamanca. Todos estão devidamente credenciados para assistir ao resgate, como pede o governo chileno. “A única coisa que quero é que isso tudo acabe rápido”, desabafou Ramon, olhando a multidão, embora ele saiba que o “show” está só começando.

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Repercussão – Os 33 mineiros e seus familiares são vistos como heróis no país. Mas, quando os operários saírem, essa saga que já dura 67 dias não vai terminar.

Do lado de fora, os novos garotos-propaganda do Chile são esperados com propostas tentadoras e prêmios milionários, como os cheques de 8.000 euros oferecidos pelo empresário Leonardo Farkas.

Os mineiros já ganharam uma viagem à Grécia com tudo pago e receberam convites para ir à Espanha ver o Real Madrid jogar. Eles também devem participar de um encontro oficial com o presidente Sebastián Piñera no Palácio de La Moneda, em Santiago, e vão conceder centenas de entrevistas, nas quais exercitarão o treinamento midiático que receberam a 700 metros do solo.

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No vídeo a seguir, imagens do acampamento próximo à mina San José, em Copiapó, no Chile.

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