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Na era dos tablets, mundo aguarda um sinal de fumaça

Segunda fumaça negra saiu da chaminé da Capela Sistina na manhã desta quarta, e a espera pela branca, que anunciará que o novo papa foi eleito, continua

Por Da Redação
13 mar 2013, 12h28

O desenvolvimento de aplicativos para smartphone também chegou ao Vaticano e, pela primeira vez na história, as informações sobre o conclave podem ser acompanhadas pelas redes sociais e pelo celular. Ironicamente, o momento mais esperado pelos fiéis católicos reunidos na Praça São Pedro e de diversas partes do mundo é um sinal de fumaça. A segunda fumaça negra saiu da chaminé da Capela Sistina nesta manhã às 11h40 (7h40 de Brasília), e a espera pela branca, que anunciará que o novo papa foi eleito, continua.

Após as duas primeiras votações inconclusivas na manhã desta quarta-feira, o porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi informou os componentes acrescentados à queima das cédulas de votação para originar a tão esperada fumaça branca. São eles: clorato de potássio, lactose e colofónia. Lombardi explicou também que a fumaça negra, que anuncia que ainda não há um papa, é obtida com a queima das cédulas junto com perclorato de potássio, antraceno e enxofre.

Foram instalados na Capela Sistina a estufa tradicional, usada desde o conclave de março de 1939, no qual Pio XII foi eleito, e onde são queimadas as cédulas das votações, e uma estufa auxiliar, que permite, graças a um mecanismo eletrônico, aumentar a visibilidade das fumaças. Lombardi explicou que o momento em que se queimam as cédulas é ligado um dispositivo eletrônico na estufa auxiliar com uma espécie de cartucho com cinco cargas, que são ativadas uma após a outra durante sete minutos.

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As duas estufas estão unidas ao tubo interno da chaminé, que mede 15 metros de altura e que através de uma janela do templo vai até o telhado. A parte externa mede cerca de dois metros e é visível da Praça de São Pedro. A estufa onde as cédulas são queimadas é feita de ferro fundido, tem um metro de altura e 45 centímetros de diâmetro. O dispositivo tem em sua parte inferior uma pequena abertura onde se acende o fogo, e na parte superior uma onde os votos são colocados. Na tampa superior estão escritos os anos e meses dos conclaves realizados desde 1939.

Fumaça – Muitos podem questionar por que, em uma época em que o papa mandava mensagens aos fiéis via Twitter, o aviso de que o novo pontífice foi escolhido ainda seja feito através de uma fumaça branca vinda da queima de cédulas de votação dos cardeais e que o anúncio oficial do nome do papa seja feito apenas 1 hora depois. Segundo o vaticanista John Allen, essa forma ultrapassada do anúncio tem como objetivo preservar a “independência” do processo do conclave. O aviso pela fumaça seria uma forma de manter o sigilo e proteger os cardeais de qualquer influência externa.

Frederic Baumgartner, professor de história na Universidade Virginia Tech, disse à rede CNN que, antes de 1800, o que indicava que a eleição estava completa era o destravar das portas e janelas da capela. No século XIX, uma fumaça amarela significava que ainda não havia um nome para o papa. Quando não havia a fumaça, os fiéis ficavam esperançosos. A primeira vez em que foi pensado diferenciar o anúncio pela fumaça branca ou preta foi no conclave de 1903. “Houve uma confusão no meio da multidão, que não entendia o que estava acontecendo”, explicou Baumgartner.

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Em 1958, a fumaça negra não apareceu de forma óbvia o suficiente para os católicos entenderem o anúncio, o que obrigou os funcionários do Vaticano a acrescentarem produtos químicos para tornar a cor mais forte. Ainda assim, a cor da fumaça muitas vezes aparecia cinza no início, causando algumas confusões. Os sinos do Vaticano poderiam tirar essa dúvida, já que eles tocam quando um papa é eleito, mas o som também pode coincidir com a marcação da hora, o que ocorreu em 2005, na eleição de Bento XVI. Neste ano, a técnica de produção da fumaça foi melhorada, como explicou Lombardi.

Serviços on-line – Disponíveis em inglês e para dois sistemas operacionais, os aplicativos ‘Conclave’, ‘ConclaveNews’ e ‘Conclave Alert’ dão informações ao vivo sobre o que acontece na Capela Sistina. O serviço oficial de comunicação do Vaticano também lançou seus próprios aplicativos, como ‘The Pope App’, disponível para Android e iOS, que inclui sinais de vídeo ao vivo do Vaticano e um serviço de notificações, o ‘Vatican.va’, com versões em várias línguas, inclusive em português.

Vale lembrar que os próprios cardeais eleitores não têm acesso a internet ou celular durante o conclave. Não podem nem mesmo ler jornais. Um sistema para bloquear o sinal dos aparelhos e impedir o uso de redes sem fio foi instalado no Vaticano. A preocupação é manter o sigilo sobre os escrutínios.

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