Madri, 19 dez (EFE).- Uma semana depois que a Casa Real espanhola afastasse de seus atos oficiais o genro do rei Juan Carlos, Iñaki Urdangarín, por conta de um escândalo de corrupção que não para de crescer, o Museu de Cera de Madri também retirou nesta segunda-feira sua estátua da sala onde se encontra a Família Real.
A medida, de grande significado simbólico, foi adotada pelos responsáveis do museu por considerar que já ‘não fazia sentido’ que o duque de Palma permanecesse ao lado do resto da Família Real, que inclui os reis Juan Carlos e Sofía, os príncipes de Astúrias, a infanta Cristina (sua esposa), e a irmã desta, Elena.
Devido à condição de ex-jogador de handebol, a estátua de Urdangarín foi transferida do Salão dos Reis para uma nova localização próxima de uma galeria onde se encontram grandes esportistas, como os jogadores Iker Casillas e David Villa, e o ciclista Miguel Inurain.
Além da mudança de local, a estátua do duque de Palma também teve sua vestimenta mudada. O imponente fraque que vestia quando estava com a família real foi substituído por uma roupa mais cômoda e informal: calças beges e uma elegante blusa da mesma cor.
O duque ganhou uma reprodução em cera quando se casou com a filha mais nova do rei, Cristina, em 1997, e não por ser um jogador de handebol, fato que justifica a opção de vestir Urdangarín sem roupas de esportista.
Segundo fontes do museu, a estátua de Urdangarin permanecerá nesta nova localização até que essas ‘atuais circunstâncias’ sejam esclarecidas.
No entanto, desde o começo de novembro, ‘as circuntâncias’ não param de piorar para o duque, cuja acusação judicial será feita nas próximas semanas diante do peso das revelações contidas nas revelações que a imprensa espanhola apresenta a cada dia.
De acordo com os supostos fatos, Urdangarin teria se apropriado de milhões de euros de fundos públicos – uma grande parte mediante contratos com os Governos regionais de Valência e Baleares – através de uma rede de sociedades vinculadas à Fundação sem fins lucrativos Nóos.
A Casa do Rei – que há uma semana qualificou como pouco ‘exemplar’ o comportamento de Urdangarin – reconheceu no último fim de semana que conhecia as atividades que o duque desenvolvia desde 2006.
Na ocasião, um assessor externo se tentou reconduzir os negócios do genro do rei e o aconselhou que deixasse à Espanha e buscasse outra forma de vida. Assim, o duque de Palma aceitou uma oferta da Telefónica e se transferiu com sua esposa e seus filhos para Washington, onde residem desde 2009. EFE