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Mursi terá de responder a acusações de espionagem

Novo processo contra presidente deposto pode resultar em pena de morte. Outros 35 membros da Irmandade Muçulmana enfrentam as acusações

Por Da Redação
18 dez 2013, 15h57

A promotoria pública do Egito acusou o presidente deposto Mohamed Mursi e outras 35 membros do grupo fundamentalista Irmandade Muçulmana de conspirarem com grupos estrangeiros para cometer atos terroristas no país. O comunicado divulgado nesta quarta-feira cita o grupo palestino Hamas, o governo xiita do Irã e seu aliado libanês, o Hezbollah. A promotoria declarou que os crimes correspondem ao “maior caso de conspiração da história do Egito”. As acusações podem resultar em punição com a pena de morte. Os acusados deverão responder por “colaboração com estados estrangeiros para a realização de atos de terrorismo no Egito, revelando segredos de defesa para esses países, financiando terroristas e treinando militares que tinham o intuito de alcançar os objetivos da Irmandade”.

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Além do presidente deposto, também foram acusados o guia supremo da Irmandade Muçulmana, Mohamed Badie, e seus dois vices, Mahmoud Ezzat e Khairat El-Shater. A Irmandade Muçulmana levou Mursi à vitória nas eleições presidenciais de junho do ano passado. Mas, após um ano no poder, ele foi deposto no início de julho e é mantido preso desde então. Depois do golpe contra o presidente – que se seguiu a dias de protestos contra o governo, que tentava instalar uma nova ditadura no país que havia conseguido derrubar a ditadura de Hosni Mubarak – o governo transitório instalado pelos militares prendeu autoridades islâmicas e repreendeu com força manifestações pró-Mursi nas ruas do país, em confrontos que resultaram na morte de centenas de pessoas.

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A Irmandade não reconhece a legitimidade do governo transitório, que prometeu realizar um referendo sobre a nova Constituição do país em meados de janeiro. O Partido Liberdade e Justiça, braço da Irmandade, já convocou um boicote à votação. A Carta aprovada no final do ano passado havia sido elaborada por uma assembleia dominada por islamitas e foi aprovada em um referendo marcado pelo baixo comparecimento às urnas. O texto foi suspenso no dia em que Mursi deixou a Presidência. O novo texto, no entanto, coloca mais poder nas mãos do Exército e contém artigos que podem banir os partidos religiosos do país.

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Mursi já responde a acusações de incitação da violência relacionadas aos protestos envolvendo apoiadores e opositores do seu governo realizados em dezembro do ano passado, nos quais pelo menos sete pessoas morreram. Ele compareceu ao tribunal pela primeira vez em 4 de novembro, mas teve o julgamento adiado após não reconhecer a autoridade da Corte. Na próxima segunda-feira, ele deverá voltar ao tribunal para responder a outro processo, que inclui acusações de fraude relacionadas aos programas sociais e econômicos mantidos pela Irmandade.

No início deste mês, o Ministério do Interior informou que Mursi deixaria de receber as visitas de familiares e advogados na prisão. A justificativa é que o presidente deposto teria transmitido mensagens que “incitavam a violência” durante uma reunião em novembro. A família de Mursi, no entanto, acredita que a decisão teve o objetivo de transferi-lo da prisão de Burj al-Arab, em Alexandria, para um local não divulgado.

(Com agência Reuters)

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