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Mursi é interrogado, e bens de islamitas são congelados

Membros da Irmandade Muçulmana são investigados por participação em confrontos que já mataram 100 pessoas desde o golpe militar

Por Da Redação
14 jul 2013, 17h12

A Justiça egípcia decidiu neste domingo congelar os bens de 14 autoridades islamitas como parte de uma investigação sobre os confrontos das últimas semanas. Paralelamente, o presidente deposto Mohamed Mursi e outros membros da Irmandade Muçulmana estão sendo interrogados sobre sua fuga da prisão no início de 2011, durante a revolta contra o ditador Hosni Mubarak.

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Entenda o caso

  1. • Na onda das revoltas árabes, egípcios iniciaram, em janeiro de 2011, uma série de protestos exigindo a saída do ditador Hosni Mubarak, há trinta anos no poder. Ele renunciou no dia 11 de fevereiro.
  2. • Durante as manifestações, mais de 800 rebeldes morreram em confronto com as forças de segurança de Mubarak, que foi condenado à prisão perpétua acusado de ordenar os assassinatos.
  3. • Uma Junta Militar assumiu o poder logo após a queda do ditador e até a posse de Mohamed Mursi, eleito em junho de 2012.
  4. • Membro da organização radical islâmica Irmandade Muçulmana, Mursi ampliou os próprios poderes e acelerou a aprovação de uma Constituição de viés autoritário.
  5. • Opositores foram às ruas protestar contra o governo e pedir a renúncia de Mursi, que não conseguiu trazer estabilidade ao país nem resolver a grave crise econômica.
  6. • O Exército derrubou o presidente no dia 3 de julho, e anunciou a formação de um governo de transição.

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Entre os islamitas que tiveram seus bens congelados, estão o clérigo Mohamed Badie e mais oito dirigentes da Irmandade Muçulmana. A decisão, tomada pelo procurador-geral Hicham Barakat, faz parte de uma investigação a respeito de vários conflitos entre partidários e adversários de Mursi, registrados principalmente no dia 8 de julho, quando 53 pessoas morreram no Cairo.

Na ocasião, milhares de apoiadores de Mursi se reuniram em frente à sede da Guarda Republicana, onde acreditam que ele esteja detido. A Irmandade Muçulmana diz que as Forças Armadas dispararam contra os manifestantes e classificaram o episódio como um massacre deliberado. O Exército afirma que apenas reagiu a ataques de terroristas. Um mandado de prisão por “incitar a violência” foi emitido dois dias depois contra Badie e outros líderes da Irmandade Muçulmana. Cerca de 250 pessoas foram acusadas.

Enquanto isso, Mursi é interrogado pela Segurança Interna, que quer determinar se a sua fuga da prisão em 2011 foi possível graças à ajuda de grupos estrangeiros, como o Hezbollah libanês ou o Hamas palestino. No sábado, fontes da Justiça informaram que Barakat examinaria queixas contra Mursi e outros membros da Irmandade por “espionagem”, “incitação ao assassinato de manifestantes” e “má gestão econômica”, em ligação com os eventos das duas últimas semanas.

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A organização de defesa dos direitos humanos Human Rights Watch (HRW) criticou a investigação realizada até o momento, ressaltando que esta também deveria determinar a responsabilidade de membros das Forças Armadas. Desde a derrubada do presidente Mohamed Mursi pelo Exército, em 3 de julho, cerca de 100 pessoas morreram em conflitos violentos.

Protestos – Tanto os governistas como os partidários de Mursi convocaram manifestações para segunda-feira no Cairo, incluindo uma passeata em direção à sede da Guarda Republicana. Os apoiadores de Mursi protestam há duas semanas diante da mesquita Rabaa al-Adawiya, no bairro de Nasr City, no Cairo. Na sexta, dezenas de milhares exigiram a restituição do primeiro presidente democraticamente eleito do país. O novo governo garantiu que o ex-chefe de Estado está “seguro” e é tratado “com dignidade”.

Enquanto isso, as autoridades empossadas após o golpe se esforçam para formar um governo o mais rápido possível. O primeiro-ministro Hazem al-Beblawi se reuniu neste domingo com os ministros que pretende nomear. O prêmio Nobel da Paz, Mohamed El-Baradei, prestou juramento como vice-presidente encarregado das relações internacionais, e o ex-embaixador em Washington, Nabil Fahmy, afirmou ter aceitado o posto de ministro das Relações Exteriores. O processo de transição elaborado pelo presidente interino prevê eleições legislativas até o início de 2014, após a adoção de uma nova Constituição, cuja redação ficará a cargo de dois comitês ainda não definidos.

(Com agências EFE e France-Presse)

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