Murdoch perde US$ 91 mi ao fechar o ‘News of the World’
Tabloide do News Corp. fez parte de um escândalo com escutas telefônicas
Fechar o tabloide britânico News of the World – de longe o jornal mais rentável do portfólio do magnata Rupert Murdoch – custou-lhe nada menos que 91 milhões de dólares (mais de 156 milhões de reais), segundo um anúncio do próprio conglomerado News Corp. A empresa também teve um prejuízo de cerca de 130 milhões de dólares (224 milhões de reais) na tentativa frustrada de obter 100% da emissora via satélite BSkyB, entre outros encargos.
Entenda o caso
- • O tabloide News of the World recorria a detetives e escutas telefônicas em busca de notícias exclusivas.
- • Entre as vítimas dos grampos estão celebridades, políticos, membros da família real e até parentes de soldados mortos.
- • Policiais da Scotland Yard também teriam sido subornados para fornecer informações em primeira mão aos jornalistas.
- • O escândalo forçou o fechamento do jornal sensacionalista, que circulou por 168 anos e era um dos veículos do grupo News Corp., do magnata Rupert Murdoch.
Leia mais no Tema ‘Grampos na Grã-Bretanha’
Em julho, o News of the World foi fechado em meio a uma investigação sobre grampos telefônicos ilegais na empresa. Abalado com o escândalo, Murdoch se viu obrigado a encerrar as atividades de um dos tabloides de maior sucesso da Grã-Bretanha, após 168 anos de história. Altos funcionários também foram demitidos e houve mais de uma dezena de detenções. No mês passado, acionistas independentes votaram de forma esmagadora para que James Murdoch, um dos grandes executivos do conglomerado, fosse tirado de seu posto.
Histórico – Em 2006, descobriu-se que o tabloide britânico News of the World recorria a detetives e escutas telefônicas ilegais para interceptar mensagens deixadas nas caixas postais de determinados celulares, no intuito de conseguir informações em primeira mão. As vítimas seriam celebridades, políticos e até membros da família real. No início de julho de 2011, o caso ganhou novas proporções após a divulgação de que, entre os telefones espionados, estava o de uma menina assassinada, de parentes de soldados mortos no Afeganistão e no Iraque e até de vítimas do atentado terrorista de 11 de setembro de 2001 nos Estados Unidos.