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Murdoch minimiza ligações com o poder, Cameron comprometido

Por Por Nathalie AURIOL
25 abr 2012, 13h09

Rupert Murdoch, que depôs nesta quarta-feira em Londres sobre o caso das escutas telefônicas, minimizou as suas relações com o poder, um dia depois da audiência de seu filho James, que colocou o governo em um dilema e o ministro da Cultura no centro das atenções.

“Eu nunca pedi nada a um primeiro-ministro”, assegurou o magnata da mídia à comissão de investigação Leveson, que questionou as ligações de grupo News Corp. com a classe política e, principalmente, com a ex-chefe de Governo, Margaret Thatcher.

Murdoch, que havia revelado no verão passado encontros com vários líderes políticos britânicos, entre eles o atual primeiro-ministro David Cameron, agradeceu a oportunidade dada a ele para “torcer o pescoço para alguns mitos”.

Ele desmentiu os rumores “infundados”, segundo os quais teria ficado com raiva de David Cameron por ter criado esta comissão de investigação.

O magnata já precisou se explicar sobre o escândalo das escutas ilegais, durante uma primeira audiência, em julho, diante de uma comissão parlamentar. Na ocasião, isentou-se de qualquer responsabilidade.

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A comissão Leveson é encarregada de esclarecer o escândalo das escutas telefônicas amplamente praticadas na década de 2000 por um ex-tablóide do grupo de Murdoch, o News of the World. Ela precisa investigar também as práticas da imprensa, principalmente sobre as ligações com políticos.

No entanto, o comparecimento de James Murdoch, na terça-feira, foi a ocasião de revelações embaraçosas sobre a relação entre o News Corp. e os conservadores no poder no Reino Unido, de modo que alguns jornais britânicos estamparam em suas capas na manhã desta quarta-feira: “A Vingança dos Murdoch”.

Mensagens eletrônicas, enviadas para James Murdoch pelo diretor de relações públicas da News Corp. e entregues à comissão, revelaram contatos frequentes entre o grupo e os assessores do ministro da Cultura, Jeremy Hunt, responsável por decidir a respeito da compra da BSkyB.

A demissão de um de seus assessores nesta quarta-feira, que reconheceu que seus contatos com o império Murdoch “tinham ido longe demais”, mas não foram autorizados pelo ministro, não foi suficiente para poupá-lo de uma bronca no Parlamento, onde a oposição exige sua saída.

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“A ideia de que eu posso ter apoiado Murdoch para a compra da BSkyB é simplesmente risível”, lançou Hunt aos deputados, prometendo que dará explicações à comissão Leveson.

Para aumentar o embaraço do governo, James Murdoch também admitiu ter conversado com David Cameron sobre o projeto, “como parte de um bate-papo antes do jantar” do dia 23 de dezembro de 2010.

David Cameron já foi obrigado a se explicar em várias ocasiões nos últimos meses sobre suas ligações com os Murdoch e os dirigentes do News of the World. Ele sempre afirmou não ter tido “uma conversa imprópria” com James Murdoch.

Esta nova reviravolta no caso das escutas afeta ainda mais o primeiro-ministro, que atravessa um momento difícil e acaba de tomar conhecimento de que seu país está de novo em recessão, o que revive as críticas à sua política de austeridade.

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