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Mundo enfrenta novos desafios ao chegar aos 7 bilhões de habitantes

Por Por Claudia Rahola
26 out 2011, 15h00

A chegada da população mundial aos sete bilhões de habitantes, que deve aumentar para mais de 10 bilhões em 2100, é uma grande conquista para a humanidade, mas também cria novos desafios importantes para evitar o aumento das desigualdades, considerou a ONU nesta quarta-feira.

O marco dos sete bilhões, que oficialmente será alcançado no dia 31 de outubro, “constitui um desafio, uma oportunidade e um chamado à ação”, declarou Babatunde Osotimehin, diretor-executivo do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA, em inglês) na apresentação em Londres do relatório Estado da População Mundial 2011.

Embora o desenvolvimento e o crescimento econômico tenham provocado uma diminuição gradual da fecundidade média no mundo, que em seis décadas passou de 6 para 2,5 filhos por mulher, a população mundial não deixou de crescer, em particular devido a um aumento da expectativa de vida, que passou neste período de 48 para 68 anos.

A fecundidade varia, no entanto, de 1,7 filho nos países mais avançados – abaixo da taxa de substituição geracional, fixada em 2,1 – a 4,2 nos menos desenvolvidos, e inclusive 4,8 no caso da África subsaariana, uma das regiões que cresce com maior rapidez, explica o informe de 126 páginas.

Isto faz com que os menores de 25 anos representem atualmente quase metade (43%) da população mundial, com a maioria nos países em desenvolvimento, e contribui para o progressivo envelhecimento registrado em todas as partes, mas sobretudo no mundo desenvolvido.

Atender a estes segmentos crescentes da população – os maiores de 60 anos são 893 milhões e podem chegar a 2,4 bilhões em 2050 – constituem dois dos grandes desafios, junto ao planejamento urbano, à gestão das migrações e dos recursos naturais.

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“Não é uma questão de espaço, mas de igualdade, de oportunidade e de justiça social”, o médico Osotimehin, ex-ministro de Saúde da Nigéria.

Porque enquanto nos países mais pobres a alta natalidade “perturba o desenvolvimento e perpetua a pobreza”, nos mais ricos “a escassa quantidade de pessoas que ingressam no mercado de trabalho suscita inquietações em relação às perspectivas de crescimento sustentável e a viabilidade dos sistemas de segurança social”, ressalta o relatório de 126 páginas.

E a pressão deve aumentar ainda mais. Segundo as previsões da ONU, a Terra, que ganha agora cerca de 80 milhões de habitantes – ou o equivalente da Alemanha – por ano, somará outros 2,3 bilhões até 2050 e deve acabar o século com 10 bilhões, ou inclusive 15 bilhões, caso a desaceleração da fertilidade nos países de maior população seja menor que a prevista.

Por isso, naqueles países onde o aumento da população é mais acelerado que o crescimento econômico, é importante facilitar o acesso aos serviços de saúde reprodutiva e de planejamento familiar.

“A conquista de um planejamento estável é um requisito indispensável para o crescimento econômico planejado e o desenvolvimento acelerado”, escreveu o diretor executivo da UNFPA.

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Com esse objetivo, a UNFPA recomenda investir para garantir o acesso dos jovens, que, segundo Osotimehin, “determinarão o impulso do crescimento futuro” à saúde, à educação e ao emprego, uma aspiração cada vez mais difícil de conseguir no contexto atual e que pode ter consequências.

“Da Primavera Árabe ao ‘ocupem Wall Street’, o povo está pedindo mudanças e os jovens em particular”, acrescentou Osotimehin.

A população crescente também forçará a discussão de problemas como a pressão crescente sobre o meio ambiente, especialmente devido a uma demanda cada vez maior de recursos naturais, e sobre cidades em plena expansão, muitas vezes de forma irregular.

“As dinâmicas de mudança da população têm repercussões no desenvolvimento sustentável para todos”, considerou o médico nigeriano.

O informe destaca por último o papel que uma “imigração ordenada” pode desempenhar como vetor de desenvolvimento para as nações mais pobres, que também se beneficiariam das remessas, e como “fonte de capital” para compensar a falta de mão de obra nas mais industrializadas.

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“Se desde agora se planejar corretamente e forem realizados os devidos investimentos nas pessoas, nosso mundo de sete bilhões pode ter cidades prósperas e sustentáveis, forças de trabalho produtivas que impulsionam o crescimento econômico, populações de jovens que contribuam para o bem-estar das economias e sociedades e uma geração de idosos saudáveis”, assegurou Osotimehin.

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