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Motim policial com saques a uma quadra do Palácio Presidencial na Bolívia

Por Por José Arturo Cárdenas
22 jun 2012, 14h44

Um motim de policiais de baixa patente, exigindo aumentos salariais do presidente Evo Morales, se estendeu nesta sexta-feira a cerca de 20 unidades e quartéis da Bolívia, enquanto os revoltosos saqueavam seus próprios locais de trabalho a uma quadra do Palácio Presidencial.

Os militares tomaram à força na quinta-feira a Unidade Tática de Operações Especiais (UTOP), sede da polícia antimotins, e outras oito unidades em todo o país, e nesta sexta-feira saquearam dois gabinetes da instituição a uma quadra da Praça de Armas, onde estão situados os gabinetes do presidente Morales.

Nesta sexta-feira mais guarnições se uniram às exigências.

O presidente estava em seu gabinete durante os incidentes, havia informado mais cedo a direção de comunicação presidencial, realizando uma reunião com um sindicato de mineradores privados, já que o conflito policial estava sob a atenção do ministro do Interior, Carlos Romero.

As portas do palácio presidencial estão fechadas e em seu interior a segurança está a cargo de militares fortemente armados, constatou a AFP, e não houve nenhuma reação oficial sobre os graves incidentes.

Os revoltados exigem um salário mínimo de 2.000 bolivianos (cerca de 287 dólares, quase 70% mais em comparação com o que recebem), uma aposentadoria com 100% de seus salários e a anulação de uma lei que os proíbe de opinar publicamente, enquanto o governo disse que não tem fundos suficientes para satisfazer às exigências.

A violência em La Paz começou cedo nesta sexta-feira, quando cerca de 200 policiais, à paisana e com os rostos cobertos, atacaram com fúria a Direção Nacional de Inteligência, onde também se encontra o Tribunal Disciplinar da Polícia, a uma quadra da Praça de Armas.

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“Motim, motim, motim policial!”, gritaram os policiais, que retiraram do local principalmente documentos, móveis, computadores e até bandeiras e os queimaram nos arredores das duas unidades policiais, observou a AFP.

A fúria aumentou quando no interior do Tribunal Disciplinar foram encontradas centenas de latas de cerveja, que também foram destruídas. “Aqui os chefes policiais bebem, mas nos punem quando apenas chegamos com bafo (de álcool no hálito)”, disse um policial.

“Não temos medo, caralho, não temos medo, caralho!”, gritaram os policiais à paisana, que agrediam qualquer pessoa de quem desconfiassem, inclusive verbalmente os jornalistas mobilizados no local.

O motim e a tomada de quartéis e comandos policiais se estenderam para nove das dez principais cidades do país: La Paz, Oruro, Cochabamba, Santa Cruz, Potosí, Tarija, Sucre, Trinidad e Cobija. Apenas El Alto, vizinha a La Paz, aparentava normalidade.

O comando de Cochabamba, no centro do país, foi saqueado, da mesma maneira que o de La Paz.

“O protesto é em todo o país, estamos aquartelados e em vigília, até que o governo nos ouça”, afirmou o sargento Omar Huayllana, líder dos policiais de baixa patente de Cochabamba.

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A situação era mais tensa nas prisões de La Paz e Santa Cruz, onde centenas de militares, embora não estejam amotinados, permanecem em vigília, fechando as portas de entrada para impedir a visita dos familiares aos presos.

Não há vigilância policial nas principais ruas da Bolívia, embora eles tampouco tenham deixado desguarnecidas as unidades bancárias, onde o atendimento ao público foi normal.

Os conflitos tiveram início na quinta-feira, quando cerca de 50 esposas de policiais iniciaram uma greve de fome, apoiando as exigências de seus cônjuges.

Nenhuma autoridade do Poder Executivo saiu para dar uma posição pública e, e apenas o comandante nacional da Polícia, coronel Víctor Maldonado, se pronunciou.

“Estamos pedindo calma a nossos irmãos camaradas, porque há avanços no diálogo”, informou Maldonado, que disse que foi aberta uma mesa de diálogo com o sindicato de sargentos, embora não tenha fornecido detalhes das negociações.

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