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Mortos em confrontos em ‘Dia de Ira’ no Egito passam de 60

Apoiadores da Irmandade Muçulmana tomam as ruas em todo país. Cairo é palco de confrontos entre manifestantes e forças de segurança do governo

Por Da Redação
16 ago 2013, 11h50

Atendendo ao chamado Irmandade Muçulmana, milhares de pessoas saíram às ruas do Egito nesta sexta-feira para protestar contra o massacre ocorrido durante a desocupação de dois acampamentos mantidos por apoiadores do presidente deposto Mohamed Mursi no Cairo. As manifestações do chamado “Dia de Ira” já resultaram em mais de sessenta mortes. Segundo a agência de notícias Reuters, que cita autoridades locais, pelo menos cinquenta pessoas morreram em apenas um dos protestos organizados no Cairo, na Praça Ramsés. Também na capital do país, um policial foi morto durante um ataque a um posto de controle. Cinco manifestantes foram assassinados pelas forças de seguranças em Ismailia, no norte do país. Fontes médicas relataram à agência Reuters oito mortes em Damietta e mais cinco em Fayoum. Já o governo contabiliza 38 mortos em todo o Egito, sendo treze no Cairo, doze nas cidades no Delta do Nilo e outras treze no restante do país, de acordo com a rede britânica BBC.

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Segundo a BBC, os primeiros conflitos entre partidários de Mursi e forças de segurança estouraram no Cairo. Milhares de pessoas concentradas na Praça Ramsés foram surpreendidas por bombas de gás lacrimogêneo e tiros disparados para o alto. Testemunhas disseram que os manifestantes montaram barricadas nos acessos ao local e responderam com pedras e fogos de artifício. Coquetéis molotov também teriam sido atirados em uma delegacia próxima à praça. Uma foto divulgada pelo The Guardian mostra pessoas escrevendo os nomes no braço para facilitar a identificação dos parentes em caso de morte.

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As manifestações desta sexta-feira são uma resposta da Irmandade Muçulmana às operações policiais que resultaram na morte de mais de 600 pessoas e deixaram quase 4 000 feridos no Cairo. Em vista da ameaça de novas concentrações nas principais praças da capital, o Exército bloqueou todas as entradas e saídas da Praça Tahrir com tanques blindados e arame farpado, segundo a rede americana CNN. As Forças Armadas montaram postos de controle também em Gizé, onde houve protestos na quinta-feira, e reforçaram a proteção de instituições consideradas “vitais” pelo governo.

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Segundo a rede Al Jazeera, os manifestantes no interior do Egito também responderam ao chamado do grupo fundamentalista. Na cidade portuária de Alexandria, os protestos pacíficos também terminaram em confrontos, com pelo menos cinco mortos. Em Tanta, ao norte do Cairo, as forças de segurança lançaram bombas de gás lacrimogêneo para dispersar aglomerações. Correspondentes também alertam para a presença de manifestantes armados em meio às multidões. De acordo com o Guardian, manifestantes cantam que vão “executar” o chefe do Exército egípcio, Abdel Fattah al-Sisi.

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O governo egípcio deu o aval na quinta-feira para a polícia usar munição de verdade para coibir qualquer ato de vandalismo no país. Os números oficiais até agora são de 638 mortos e quase 4 000 feridos durante a desocupação de dois acampamentos montados por apoiadores de Mursi no Cairo. A Irmandade Muçulmana afirma que a quantidade de vítimas é bem maior. O grupo radical islâmico não aceita o governo interino formado pelo Exército depois da deposição de Mursi, membro da Irmandade eleito em junho do ano passado e derrubado no dia 3 de julho deste ano, depois de vários dias de protestos contra o seu governo. Ao falar em “sexta-feira da ira”, a organização retoma o nome usado por manifestantes para o protesto do dia 28 de janeiro de 2011 que marcou o ultimato contra a ditadura de Hosni Mubarak – que renunciou no início de fevereiro daquele ano.

União Europeia – A chanceler alemã Angela Merkel e o presidente francês François Hollande divulgaram um comunicado conjunto sobre a crise no Egito. Os mandatários conclamam os representantes de todos os países membros da União Europeia (UE) a se reunirem na próxima semana para definir o posicionamento do bloco diante do agravamento da instabilidade política do país. Merkel disse, ainda, que reconsiderará as relações mantidas com o governo egípcio após o massacre de manifestantes nos últimos dias. Um dos assuntos em pauta no encontro deverá ser o congelamento dos programas de ajuda humanitária mantidos pela UE no Egito.

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