‘Morte a traidores’, diz suspeito de matar deputada em tribunal
Thomas Mair fez a declaração ao ser perguntado sobre o seu nome; é a sua primeira aparição pública desde que foi preso em Birstall, no norte da Ingleterra
Em sua primeira aparição pública desde a sua detenção, o homem acusado de matar a deputada britânica Jo Cox declarou “Morte a traidores, liberdade à Grã-Bretanha” perante um tribunal em Londres neste sábado. Vestindo agasalho e calças de moletom cinzas e cercado por dois seguranças, Thomas Mair, de 52 anos, foi inquirido sobre seu nome por um escrivão do tribunal. O acusado, então, respondeu: “Morte a traidores, liberdade à Grã-Bretanha”. Questionado novamente sobre seu nome, ele calmamente repetiu: “Meu nome é morte a traidores, liberdade à Grã-Bretanha”.
Cox foi morta a tiros e facadas após um ataque ocorrido nesta quinta-feira em Birstall, no norte da Inglaterra. O crime chocou o Reino Unido, gerando manifestações de condolências de líderes de todo o mundo e levantando dúvidas sobre a campanha do referendo que perguntará à população se o Reino Unido deve permanecer ou não na União Europeia. Filiada ao Partido Trabalhista, a deputada era uma ardente apoiadora da permanência britânica no bloco europeu.
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Após fazer a declaração, Mair não fez mais comentários durante a audiência de 15 minutos. Acusado de assassinato, lesão corporal e posse de arma de fogo e uma faca, ele permaneceu em custódia e comparecerá a outra corte na segunda-feira.
Campanhas pró e contra UE – Neste sábado, ambos os lados – pró e contra União Europeia – permaneceram em silêncio. Boris Johnson, o líder do pró-Brexit, cancelou o comício em Birmingham, enquanto o movimento Britain Stronger In anulou dezenas de eventos em todo o país. A campanha deverá ser retomada apenas na terça-feira, dois dias antes do referendo, com um debate no Wembley Arena, em Londres, para 6.000 pessoas. Enquanto isso, o Parlamento, chamado para uma sessão extraordinária, prestará na segunda-feira uma homenagem nacional a “um de seus mais membros mais brilhantes e apaixonados”, nas palavras de David Cameron.
(Com agências)