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Morre Jacques Vergès, o ‘advogado do diabo’ francês

Vergès sofreu um ataque do coração. Ele ficou conhecido por defender o nazista Klaus Barbie e dar conselhos para a defesa de Slobodan Milosevic

Por Da Redação
16 ago 2013, 09h47

O controverso advogado francês Jacques Vergès morreu nesta sexta-feira, aos 88 anos, em Paris, vítima de um ataque cardíaco, informou a rede britânica BBC. Fontes próximas a Vergès afirmaram que ele já apresentava um quadro clínico complicado após uma queda, há alguns meses. “Ele havia perdido muitos quilos e andava devagar. Nós sabíamos que o fim estava próximo, mas não esperávamos que viria tão depressa”, disse Christian Charriere-Bournazel, presidente da associação dos advogados franceses, à agência de notícias France-Presse.

Nascido na Tailândia, Vergès era filho de um diplomata francês com uma vietnamita. Ele cresceu na ilha francesa de Réunion, onde abraçou o comunismo e adotou uma dura visão contra o colonialismo. Apelidado na França de “advogado do diabo”, Vergès se tornou famoso ao defender os argelinos acusados de atos terroristas contra cidadãos franceses durante a década de 1950. Ele se apaixonou na época pela terrorista Djamila Bouhired, sentenciada à morte por plantar bombas em cafés argelinos. Os dois se casaram após Djamila conquistar a liberdade.

Depois de advogar para membros da Frente Popular pela Libertação da Palestina e por guerrilheiros da Fração do Exército Vermelho alemão, Vergès ficou oito anos desaparecido no que ele classificou como seu “feriado”. Acredita-se que ele tenha ficado amigo de Pol Pot, o ditador por trás do genocídio no Camboja, durante esse período. Vergès também defendeu o criminoso de guerra nazista Klaus Barbie, condenado por 341 crimes contra a humanidade, aconselhou o ex-presidente iugoslavo Slobodan Milosevic a montar sua própria defesa contra crimes de guerra, e foi escolhido pelo próprio Saddam Hussein para representá-lo.

Vergès chegou a dizer que aceitaria defender o ditador alemão Adolf Hitler em um hipotético julgamento. “Quando você trata um acusado como um monstro, você desiste da chance de entender o que aconteceu. E sem tentar entender o que aconteceu, você inibe qualquer reflexão sobre como não deixar coisas desse tipo acontecerem em outros lugares”, dizia. Em 2007, o diretor Barbet Schroeder ganhou vários prêmios com um documentário sobre a vida de Vergès, intitulado O Advogado do Terror.

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