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Morre aos 96 anos Oskar Gröning, o ‘contador de Auschwitz’

Ex-membro da SS, Gröning foi condenado por cumplicidade no assassinato de 300.000 judeus

Por EFE Atualizado em 13 mar 2018, 22h25 - Publicado em 13 mar 2018, 22h10

Oskar Gröning, conhecido como “contador de Auschwitz” e condenado por cumplicidade no assassinato de 300.000 judeus durante o nazismo, morreu na segunda-feira aos 96 anos, informou a revista Der Spiegel.

Gröning, ex-membro das SS, organização paramilitar ligada ao partido nazista, e que serviu no campo de extermínio de Auschwitz entre 1942 e 1944, foi declarado culpado de cumplicidade nessas mortes em 2015 e sentenciado a quatro anos de prisão.

Em dezembro do ano passado, o Tribunal Constitucional alemão ratificou a condenação da Audiência de Lüneburg e rejeitou o recurso apresentado pelo condenado contra sua entrada na prisão, alegando razões de idade e seu precário estado de saúde. O acusado comparecia às sessões de julgamento com a ajuda de um andador.

Em seguida, Gröning solicitou o indulto perante a Justiça da Baixa Saxônia, que lhe foi negado, e sua única opção para evitar a prisão era a decisão final do Executivo desse estado federado. Porém, a condenação a quatro anos de prisão superou o pedido da promotoria – que tinha solicitado três anos e meio – e da defesa, que pedia a total absolvição do acusado.

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O processo contra Gröning durou quatro meses e fez parte da série de julgamentos tardios abertos nos últimos anos contra os crimes do nazismo. O acusado admitiu sua “cumplicidade moral” nas mortes de Auschwitz, o mais mortífero entre os campos de extermínio nazista, instalado na Polônia ocupada, onde se encarregou de confiscar e administrar o dinheiro e os pertences de quem chegava como deportado.

Gröning se disse arrependido e pediu perdão aos sobreviventes e familiares das vítimas, além de lamentar não ter agido com consequência perante crimes dos quais, segundo disse, estava perfeitamente consciente.

Nazismo

Gröning tinha ingressado aos 20 anos nas WAFFEN-SS, em 1941, e um ano depois começou a servir em Auschwitz. Segundo a sentença, com seu trabalho no campo, ele contribuiu também para financiar o 3º Reich, já que encarregava-se de fazer transferências a Berlim.

A acusação se centrou em seu papel na chamada “Operação Hungria”, de meados de 1944, quando chegaram a Auschwitz cerca de 450.000 judeus, dos quais 300.000 morreram assassinados.

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A condenação de Gröning foi possível por causa do precedente marcado pelo caso do ucraniano John Demjanjuk, que em 2011 foi condenado a cinco anos de prisão por cumplicidade nas mortes do campo de extermínio de Sobibor, também na Polônia ocupada.

Diferente de Demjanjuk, que se manteve em silêncio durante todo o julgamento, Gröning fez amplas declarações sobre o dia a dia de Auschwitz e seu papel na burocratizada maquinaria de extermínio. Ele passou por um campo de internamento britânico após a queda do nazismo e depois voltou à vida civil como contador em uma fábrica de vidro. Chegou a ser alvo de um processo em 1977, mas foi absolvido em 1988.

Seu julgamento em Lüneburg esteve marcado por frequentes interrupções por causa de seus problemas de saúde, assim como tinha acontecido com Demjanjuk, que morreu meses depois de escutar sua sentença, em um hospital para idosos.

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