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Mladic passa mal em interrogatório e sessão é interrompida

Ele foi preso em cumprimento de um mandado de prisão do Tribunal Penal Internacional. Porém, a Justiça sérvia ainda avalia sua extradição a Haia

Por Da Redação
26 Maio 2011, 18h22

O ex-general sérvio bósnio, Ratko Mladic, preso na madrugada desta quinta-feira pela polícia sérvia, compareceu perante o Tribunal Especial de Belgrado nesta tarde. O interrogatório, contudo, teve que ser interrompido porque o detento sofreu problemas de saúde. Mladic foi preso em cumprimento de um mandado de prisão do Tribunal Penal Internacional (TPI), emitido em 1996, por genocídio e outros crimes. Porém, a Justiça sérvia ainda avalia sua extradição a Haia.

A TV Sérvia exibiu imagens de um Mladic cabisbaixo, escondido sob um boné de baseball e caminhando lentamente rumo ao tribunal do país. Espera-se que o interrogatório seja retomado na sexta-feira. “Mladic está em uma delicada condição física e psicológica, ele mal podia responder às perguntas”, afirmou um de seus advogados, Milos Saljic.

O processo – Homem mais procurado da Europa, Mladic atuou como chefe do Exército da Sérvia durante a guerra da Bósnia (1992-1995). O ex-comandante, hoje com 68 anos, é acusado de genocídio, crimes de guerra e contra a humanidade pelo TPI e poderá ser condenado à prisão perpétua. Seu processo de extradição para este julgamento, entretanto, pode demorar vários dias, devido aos mecanismos que estipulam as leis sérvias.

A Procuradoria especial de crimes de guerra informou que Mladic deve ser interrogado, primeiro, pelo juiz de instrução local. Depois, deverá ser apresentada sua acusação formal, perante a qual a defesa poderá fazer alegações. O juiz terá um prazo de três dias para decidir se os requisitos para a extradição foram cumpridos. O acusado dispõe de outros três dias para recorrer da decisão.

Histórico – Foragido desde 1995, Mladic é considerado um dos principais artífices da política de “limpeza étnica” em algumas regiões da Bósnia Herzegovina junto com o ex-presidente sérvio-bósnio Radovan Karadzic, preso em 2008 também na Sérvia. Segundo a promotoria, ambos tentavam expulsar croatas e muçulmanos de algumas regiões da Bósnia para controlá-las e incorporá-las à Grande Sérvia.

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Baseando-se na máxima de que “as fronteiras sempre foram traçadas com sangue e os estados são delimitados com tumbas”, o general permaneceu impassível e impiedoso no cerco a Sarajevo durante três anos. Nesse tempo, morreram 10.000 civis, atingidos por disparos de morteiros ou de franco-atiradores.

Em julho de 1995, as tropas que o general mantinha sob suas ordens também se apoderaram do enclave muçulmano de Srebrenica, que estava sob proteção de forças da ONU, massacrando quase 8.000 muçulmanos desarmados. A promotoria também acusa Mladic de ter sequestrado 200 soldados da ONU entre 26 de maio e 2 de junho daquele ano. Eles foram mantidos em lugares estratégicos dos territórios conquistados para impedir que a Otan bombardeasse as Forças Armadas sérvias da Bósnia.

Outra acusação é relacionada à sua participação na criação de campos onde milhares de civis croatas e muçulmanos da Bósnia permaneceram detidos. Muitos deles morreram em condições que a promotoria considera características de um genocídio.

(Com agências France-Presse e EFE)

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