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Militares venezuelanos voltam a atacar manifestantes do lado do Brasil

Nove caminhoneiros brasileiros estão retidos na Venezuela, sem água nem permissão para cruzar a fronteira

Por Leandro Resende, de Pacaraima
Atualizado em 24 fev 2019, 15h41 - Publicado em 24 fev 2019, 14h51

Militares da Guarda Nacional Bolivariana (GNB) voltaram a atacar manifestantes do lado brasileiro da fronteira neste domingo, 24, em Pacaraima (RR). Com tropa de choque em posição de ataque e dois veículos blindados, as forças da Venezuela atiraram bombas de gás lacrimogêneo por volta das 12h30. O confronto durou cerca de duas horas. Em paralelo, vinte e nove caminhoneiros brasileiros eram retidos, sem poder levar as cargas de um lado para o outro e sem acesso a água.

Isaias Sobrinho, representante dos caminhoneiros retirados na fronteira: sede, fome e medo – 24/02/2019 (Leandro Resende/.)

Depois de uma manhã tranquila, o clima é de instabilidade recomeçou na fronteira. Un grupo de venezuelanos mascarados em Pacaraima atirou pedras e fez barricadas nas proximidades de um grupo da GNB que faz a segurança da divisa e queimou imagens do ex-presidente Hugo Chávez. Os manifestantes querem a reabertura da fronteira para que a ajuda humanitária enviada pelo Brasil e pelos Estados Unidos possa chegar ao país. Esta é a primeira vez que a Venezuela posiciona blindados na fronteira com o Brasil.

O confronto foi apaziguado, pelo menos temporariamente, pela intervenção do coordenador-adjunto da Operação Acolhida, coronel Georges Kanaan, que dirigiu-se ao lado venezuelano para pedir aos militares da FANB que parassem com os ataques. Os militares brasileiros pediram tambéam aos manifestantes que se afastassem para evitar mais casos de violência e montaram um cordão de isolamento para impedir que as pedras continuassem sendo lançadas do lado brasileiro para o lado venezuelano.

O coronel Kanaanesclareceu a Veja que a parte brasileira da fronteira não está fechada e que foi apenas criada uma “área de segurança “para evitar o crescimento dos conflitos. “Estão jogando pedras, e há um revide. A medida é para proteger a segurança de quem está aqui. Quem quiser atravessar para lá, pode ir. Está fechada apenas do lado venezuelano”, afirmou.

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O fechamento da fronteira na sexta-feira 22, por ordem do regime de Nicolás Maduro, deixou os caminhoneiros brasileiros no meio da linha de confronto. Oito deles estão em território venezuelano, na cidade de Santa Elena de Uairén, a 15 quilômetros da divisa entre Venezuela e Brasil. Outros 21 foram retidos em um posto de alfândega em Pacaraima.  De acordo com Isaías Sobrinho, representante da transportadora Stella Rozo, os que estão em lado venezuelano tinham levadoalimentos como açúcar, arroz, trigo e sal, além de produtos de limpeza e higiene, na quinta-feira 21. Portanto, antes de a fronteira ser bloqueada.

“Eles estão sem água e sem alimentos dentro dos caminhões.  As famílias deles, em Boa Vista, estão muito preocupadas”, afirmou Isaias Sobrinho,após conversar com militares da GNB. “Eles não tiveram tempo de retornar com os caminhões antes de a fronteira fechar. Não queremos desafiar ninguém. Só queremos negociar e retorná-los. Eles estão com medo”, completou.

Os caminhões com a ajuda humanitária enviada pelo Brasil e os Estados Unidos continua em segurança em Pacaraima. Até o momento, não houve iniciativa de reconduzi-los à divisa, como pressão para o ingresso do lado venezuelano. Os alimentos e remédios fazem parte das doações solicitadas pelo autoproclamado presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó, para aliviar a situacão de escassez no país.

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Nesta manhã, dois sargentos da Guarda Nacional Bolivariana desertaram e cruzaram para Pacaraima. Eles se somam aos mais de 60 que desertaram e passaram para o lado colombiano.

No final da tarde de sábado 23, manifestantes venezuelanos entraram em confronto com as forças de segurança leais ao ditador. Assim como ocorreu neste domingo, a GNB reagiu e atirou a bombas de gás lacrimogêneo do lado brasileiro. Em Santa Elena do Uairén, houve registro de conflitos mais graves, com feridos a tiros de armas de fogo transportados para tratamento em Boa Vista, capital de Roraima. Quatro pessoas morreram e outras 25 ficaram feriadas.

 

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