Militares deixam ruas do Bahrein e protestos prosseguem
Retirada dos militares é condição da oposição para negociar com monarquia.
O exército do Bahrein retirou-se neste sábado da Praça da Pérola, no centro de Manama, capital do país, onde se concentram as manifestações antigoverno. A retirada foi estabelecida pela oposição como pré-condição para o diálogo com a monarquia.
A retirada dos veículos militares ocorre um dia após o rei do Bahrein, Hamad bin Isa al-Khalifa, pedir ao príncipe herdeiro, Salman bin Hamad al-Khalifa, que desse início a um diálogo nacional “com todas as partes” para resolver a crise que atinge o país. Pelo menos seis manifestantes morreram em cinco dias consecutivos de protestos contra o governo do reino.
Enquanto isso, milhares de pessoas dão sequência aos protestos na capital barenita. Manifestantes xiitas, motivados pelos protestos populares no Egito e na Tunísia, exigem mais espaço no governo sunita. Na Praça da Pérola e seus arredores, a população agita bandeiras, rezam e entoam hinos há quase uma semana.
Histórico – Apesar da grande concentração em Manama, os protestos deste sábado não repetiram ainda a violência registrada no última sexta-feira, quando soldados atiraram contra manifestantes e feriram ao menos 23 deles. O incidente aconteceu um dia depois de a polícia ter retirado à força um acampamento de protesto, deixando quatro mortos.
O Bahrein é um arquipélago com superfície de 727 quilômetros quadrados, no qual vive pouco mais de 1,3 milhão de pessoas, metade dela de expatriados. O Departamento de Estado norte-americano estima que 70% dos barenitas sejam xiitas.
Após os episódios violentos da sexta-feira, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, telefonou para o rei Hamad Ben Isa Al Khalifa e condenou a violência das forças do governo contra manifestantes.
Segundo a Casa Branca, Obama advertiu que a estabilidade do reino, que abriga o quartel-general da V Frota dos EUA, depende de um processo de reformas políticas. Obama “reafirmou que condena a violência utilizada contra os manifestantes pacíficos, e exigiu do governo do Bahrein que mostre moderação e puna os responsáveis pela violência”.
(Com agência France-Presse e EFE)