Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Milhares de opositores protestam contra Putin em Moscou

Por Kirill Kudryavtsev
10 mar 2012, 14h53

A oposição a Vladimir Putin protestou novamente neste sábado em Moscou contra a vitória do primeiro-ministro russo nas eleições presidenciais de 4 de março, e prevê novas atividades do movimento de contestação, apesar de a mobilização ter sido menor que as anteriores.

As manifestações anteriores reuniram em Moscou dezenas de milhares de pessoas, em dezembro, janeiro e fevereiro, um protesto sem precedentes. A afluência de opositores neste sábado foi muito mais modesta.

Em um comunicado, a polícia informou que foram cerca de 10.000 participantes da manifestação no centro de Moscou. A oposição reivindicou 25.000 participantes.

“Estou um pouco decepcionado com a passividade das pessoas”, declarou à AFP Vitaly Erchov, 30 anos, que participou de todas as manifestações organizadas por uma oposição heterogênea. A manifestação mais importante somou cerca de 100.000 pessoas.

Continua após a publicidade

“É normal que a mobilização caia”, quando as manifestações se assemelham, declarou à AFP o analista político russo Dimitri Orechkin, ligado à oposição.

Agora “é necessário passar a outra coisa, criar partidos políticos que darão uma forma institucional a estes protestos”, explicou Orechkin.

O movimento teve início às 13h00 locais (07h00 de Brasília) na avenida Novo Arbat, em pleno centro da capital. A Prefeitura havia autorizado 50.000 pessoas e mais de 2.500 policiais tinham sido mobilizados para o ato.

Continua após a publicidade

O objetivo da manifestação é denunciar fraudes na eleição presidencial vencida por Vladimir Putin, com 63,6% dos votos, e decidir a tática a ser adotada para continuar este movimento opositor, segundo os organizadores.

“Nossas exigências são claras: uma reforma política, uma Justiça independente, o fim da censura e eleições antecipadas”, declarou Vladimir Ryjkov, um dos líderes do movimento.

A oposição a Putin — uma coalizão de movimentos políticos, sociais e de associações– conseguiu reunir em várias oportunidades dezenas de milhares de pessoas desde o começo do movimento de contestação depois das polêmicas eleições legislativas de 4 de dezembro passado, vencidas pelo partido Rússia Unida, de Putin.

Continua após a publicidade

Em 5 de março, um dias depois da eleição presidencial, a oposição reuniu cerca de 20.000 pessoas, segundo os organizadores (14.000 de acordo com a polícia).

Mas depois de quatro grandes manifestações que reuniram dezenas de milhares de pessoas, este movimento heterogêneo deve enfrentar o desafio do futuro, em um contexto de divisões internas.

O opositor russo e ex-campeão mundial de xadrez, Garry Kasparov, convocou os simpatizantes da oposição a não desanimar, afirmando que o movimento de protesto apenas está em sua aurora, apesar de a participação na manifestação deste sábado ter sido menor.

Continua após a publicidade

“Nos privam de liberdade há 12 anos (quando Putin chegou ao poder). É impossível fazer com que ela volte em três meses”, disse Kasparov.

No fim da manifestação, o líder do movimento de oposição Frente de Esquerda, Serguei Udaltsov, e uma dezena de seus partidários que caminhavam em direção a outra praça para continuar o protesto foram presos pela polícia mobilizada em massa no centro da cidade, constatou a AFP.

Foram libertados logo depois com ordem de se apresentar a um julgamento em 13 de março, informou Udalstov citado pela agência Interfax.

Continua após a publicidade

Os organizadores planejam uma nova manifestação no início de maio, na ocasião da posse de Putin, em 7 de maio, que retorna à presidência depois de dois mandatos entre 2000 e 2008 e uma legislatura como primeiro-ministro.

Em São Petesburgo, cerca de 300 pessoas protestaram, apesar de não terem recebido autorização. Cerca de 60 pessoas foram presas, segundo a polícia.

Em Nijni-Novgorod, a 440 km a leste de Moscou, a polícia dispersou violentamente uma manifestação não autorizada e prendeu por volta de 85 pessoas, informou um opositor à AFP.

Após criticar as manifestações em várias ocasiões, Vladimir Putin pediu na quarta-feira que seus detratores escutem “a voz do povo” e aceitem o resultado das eleições.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.