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Milhares de manifestantes saem às ruas de Moscou para protestar contra Putin

Por Da Redação
12 jun 2012, 14h17

Miguel Bas.

Moscou, 12 jun (EFE).- Milhares de manifestantes saíram às ruas de Moscou nesta terça-feira para pedir reformas políticas e demonstrar que a repressão aos líderes opositores e às manifestações não conseguiu amedrontar a população.

O deputado da Rússia Justa (RJ), Gennady Gudkov, disse para a Agência Efe que cerca de 100 mil pessoas participaram da passeata realizada hoje na avenida Sajarov.

Esta via dificilmente pode receber um número maior de pessoas, mas os organizadores do protesto calculam que ao longo de toda a passeata cerca de 200 mil manifestantes estiveram no local.

As dimensões da avenida foram diminuídas pelas medidas de segurança implementadas pelas autoridades, que deslocou para a zona muitos soldados e equipamentos militares.

Os protestos começaram com a ‘Marcha dos Milhões’, que de acordo como a polícia moscovita contou com a participação de cerca de 18 mil pessoas, número que os organizadores multiplicam por pelo menos três.

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A marcha desembocou na Sajarov, onde se encontravam milhares de cidadãos de várias correntes políticas -comunistas, liberais, socialistas, ecologistas e ultranacionalistas-, que foram ao local com cartazes com palavras de ordem como ‘Rússia sem Putin’, ‘Rússia sem arbitrariedades’, ‘Basta Já’ e ‘Renúncia’.

A diversidade das forças que apesar do desdobramento policial e da forte chuva participaram do ato ficou evidente no arco-íris de bandeiras que inundaram a avenida Sajarov.

As bandeiras laranja do movimento Solidariedade ondearam junto aos pavilhões imperiais russos e às bandeiras ultranacionalistas, assim como às bandeiras tricolores da Rússia e às vermelhas com a foice e o martelo comunistas.

‘A verdade é que não pensava em vir hoje, mas as últimas ações das autoridades contra os dissidentes e sobretudo os registros de ontem à noite nas casas dos dirigentes opositores me fizeram mudar de planos. Estou aqui para que saibam que já não assustam ninguém’, disse à Efe um dos manifestantes.

Outra participante, uma estudante de 23 anos que se identificou como Tatiana, também disse que não tinha planos de participar e foram as ações da véspera que a levou para as ruas.

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‘Não pensava em vir, pois tudo já foi dito e pouco se pode acrescentar às manifestações anteriores. Putin já foi eleito presidente e é ridículo seguir exigindo eleições limpas. Mas o que não estamos dispostos a permitir é que pensem que podem nos amedrontar e seguir fazendo o que querem sem prestar contas a ninguém’ afirmou.

Ao contrário dos comícios opositores anteriores, os discursos de hoje tiveram um tom mais moderado e pragmático.

Embora não tenham faltado reivindicações para a ‘renúncia imediata de Putin’, os protestos foram dominados por pedidos de fortalecimento dos novos partidos políticos e movimentos como alternativa ao regime atual.

‘As autoridades dizem que a oposição é incapaz de propor nada e não há com quem dialogar. Mas eles próprios contribuem para que os protestos se configurem em reivindicações e os descontentes se transformem em opositores’, disse à Agência Efe a empresária e política Irina Khakamada.

Esta nova tendência foi reconhecida hoje implicitamente pelo próprio presidente russo, Vladimir Putin, que pela primeira vez evidenciou sua disposição de buscar acordos.

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‘É importante ouvir e escutar, desejar o entendimento mútuo e buscar compromissos’, disse hoje Putin. EFE

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