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Milhares de manifestantes pedem armamento da oposição síria

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2 mar 2012, 19h29

O Exército abriu fogo contra milhares de pessoas reunidas nas ruas da Síria nesta sexta-feira em manifestações convocadas pela oposição para exigir que o Exército Livre Sírio (ESL) receba armas do exterior, após a queda do reduto rebelde de Baba Amr, em Homs.

Nesta manhã, sete caminhões do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) e do Crescente Vermelho Sírio (CVAS) chegaram a Homs com alimentos, medicamentos, cobertores e leite infantil, informou o CICV.

Mas o comboio não conseguiu entrar no bairro de Baba Amr, declarou o presidente da CICV, Jakob Kellenberger.

“É inaceitável que pessoas que esperam ajuda urgente há semanas não tenham recebido apoio”, disse.

Ele acrescentou que o comboio ficará durante a noite em Homs na esperança de entrar em breve no bairro rebelde de Baba Amr.

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O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, pediu que Damasco deixe entrar a ajuda humanitária “sem condições” e o Alto Comissariado da ONU de Direitos Humanos manifestou a sua preocupação relacionada a eventuais “represálias” em Baba Amr, depois de ter recebido informações não-confirmadas de 17 execuções sumárias.

Baba Amr, foi retomado pelo Exército regular na quinta-feira, quando já não havia mais eletricidade, comida ou meios de comunicação, de acordo com os militantes. Homs é o epicentro da contestação na Síria, onde depois de quase um ano de revolta reprimida violentamente, mais de 7.500 pessoas morreram, segundo a ONU.

Pelo menos 10 pessoas foram mortas nesta sexta-feira em Baba Amr e 37 outras no restante do país, afirmou o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).

Doze civis, incluindo cinco crianças, foram mortos quando um foguete atingiu manifestantes na cidade de Rastan, na província central de Homs, e cinco outras pessoas que participavam de um protesto ficaram feridas por tiros das forças de segurança em Damasco, informou o OSDH.

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O fotógrafo britânico Paul Conroy, retirado nesta semana da Síria, afirmou que a cidade de Homs é palco não de “uma guerra”, mas de “um massacre cego”, numa entrevista divulgada nesta sexta-feira pela rede Sky News.

“Era quase um ataque psicológico (…). Trabalhei em várias zonas de guerra. Nunca vi ou vivi bombardeios como aqueles. Era algo sistemático”, afirmou.

A Casa Branca classificou a violência em Homs de “escandalosa” e “horrível”, considerando que “qualquer um que veja um minuto apenas do vídeo do ataque brutal perpetrado pelo regime de Assad entende que há apenas um lado que atira por nada”.

Enquanto isso, os jornalistas franceses Edith Bouvier e William Daniels, bloqueados em Baba Amr desde um bombardeio que matou dois de seus colegas no dia 22 de fevereiro, chegaram à França depois de terem sido retirados pelo ESL, e terem sido recebidos pelo presidente Nicolas Sarkozy.

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À noite, os corpos da americana Marie Colvin e do francês Rémi Ochlick foram identificados em Damasco. Eles devem ser devolvidos a seus países, constatou a AFP.

Reunidos em Bruxelas, os líderes europeus exigem “que os responsáveis pelas atrocidades respondam por seus atos” diante da justiça internacional.

Uma reunião no Tribunal Penal Internacional para punir a repressão na Síria precisa da aprovação do Conselho de Segurança da ONU, onde Damasco é beneficiado pelo apoio de Rússia e China.

Moscou, contudo, distanciou-se de seu aliado. “As reformas propostas (pelo regime) deveriam ter sido realizadas há muito tempo”, disse o primeiro-ministro Vladimir Putin, negando haver uma relação próxima de seu país com a Síria.

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A França fechou sua embaixada em Damasco como forma de denunciar o “escândalo” da repressão, anunciou Sarkozy, ao condenar a atitude inadmissível de Damasco nas tentativas de evacuação dos jornalistas.

Após a queda de Baba Amr, os líderes locais da revolução e comandantes do ESL acreditam que o Exército atacará a pequena cidade rebelde de Qousseir, a 15 km de Homs. O ESL cogita a possibilidade de não defender o local para que não se transforme em um campo de batalha.

Eles aconselharam aos jornalistas que estão na cidade a fugir.

Os combatentes do ESL não possuem armamentos pesados para enfrentar os tanques de guerra utilizados pelo regime.

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Os manifestantes pedem que o ESL receba armamentos.

“A Sexta-feira do armamento do Exército sírio livre… para defender nossas famílias”, estava escrito na página do Facebook “The Syrian Revolution 2011”, que opta pelo slogan das manifestações organizadas depois da oração de sexta-feira desde a explosão da revolta, em março de 2011.

As manifestações pacíficas iniciadas em março de 2011 não conseguiram derrubar o regime de Assad, o que favoreceu a militarização de uma parte da oposição.

O Conselho Nacional Sírio (CNS) criou um “burô militar” para supervisionar o abastecimento de armas ao ESL, fornecendo assim seu apoio formal à luta armada.

Diante da inércia da comunidade internacional, fez um apelo aos empresários sírios e árabes para que financiem as operações rebeldes. Alguns países, como o Qatar, já estão prontos para fornecer armas.

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