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Milhares de manifestantes pedem armamento da oposição síria

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2 mar 2012, 15h38

O Exército abriu fogo contra milhares de pessoas reunidas nas ruas da Síria nesta sexta-feira em manifestações convocadas pela oposição para exigir que o Exército Livre Sírio (ESL) receba armas do exterior, após a queda do reduto rebelde de Baba Amr, em Homs.

Nesta manhã, sete caminhões do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) e do Crescente Vermelho Sírio (CVAS) chegaram a Homs com alimentos, medicamentos, cobertores e leite infantil, informou o CICV.

Mas o comboio não conseguiu entrar no bairro de Baba Amr, declarou o presidente da CICV, Jakob Kellenberger.

“É inaceitável que pessoas que esperam ajuda urgente há semanas não tenham recebido apoio”, disse.

Ele acrescentou que o comboio ficará durante a noite em Homs na esperança de entrar em breve no bairro rebelde de Baba Amr.

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Baba Amr, foi retomado pelo Exército regular na quinta-feira, quando já não havia mais eletricidade, comida ou meios de comunicação, de acordo com os militantes. Homs é o epicentro da contestação na Síria, onde depois de quase um ano de revolta reprimida violentamente, mais de 7.500 pessoas morreram, segundo a ONU.

O Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos teme represálias por parte das autoridades sírias em Baba Amr, depois de receber informações de 17 execuções sumárias.

Pelo menos 10 pessoas foram mortas nesta sexta-feira em Baba Amr e 19 outras no restante do país, afirmou o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).

Doze civis, incluindo cinco crianças, foram mortos quando um foguete atingiu manifestantes na cidade de Rastan, na província central de Homs, e cinco outras pessoas que participavam de um protesto ficaram feridas por tiros das forças de segurança em Damasco, informou o OSDH.

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Mais “seis pessoas foram feridas quando as forças de segurança atiraram com balas reais” em “milhares de manifestantes” em Aleppo, segunda maior cidade do país, afirmou à AFP o porta-voz dos comitês de militantes, Mohammed Halabi.

Reunidos em Bruxelas, os líderes europeus exigem “que os responsáveis pelas atrocidades respondam por seus atos” diante da justiça internacional.

Uma reunião no Tribunal Penal Internacional para punir a repressão na Síria precisa da aprovação do Conselho de Segurança da ONU, onde Damasco é beneficiado pelo apoio de Rússia e China.

Moscou, contudo, distanciou-se de seu aliado. “As reformas propostas (pelo regime) deveriam ter sido realizadas há muito tempo”, disse o primeiro-ministro Vladimir Putin, negando haver uma relação próxima de seu país com a Síria.

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A França fechou sua embaixada em Damasco como forma de denunciar o “escândalo” da repressão, anunciou Sarkozy, ao condenar a atitude inadmissível de Damasco nas tentativas de evacuação dos jornalistas.

Edith Bouvier, gravemente ferida na perna, e William Daniels, deixaram a Síria com a ajuda do ESL e chegaram ao Líbano na quinta-feira.

Eles decolaram nesta tarde de Beirute rumo a Paris, onde o presidente francês vai recebê-los, segundo o Palácio do Eliseu.

As autoridades sírias anunciaram ter localizado em Baba Amr três corpos, entre eles o da jornalista americana Marie Colvin e do repórter francês Rémi Ochlik.

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O terceiro corpo eles apresentaram como o do jornalista espanhol Javier Espinosa — enquanto o El Mundo, jornal para o qual ele colaborava, informou nesta sexta-feira que o jornalista chegou no Líbano em “perfeito estado de saúde”.

Segundo Espinosa, citado pelo El Mundo, o erro pode ter acontecido pelo fato dele ter abandonado os seus pertences, material de trabalho e cartões de visita durante a fuga “perto do corpo de ativistas, que infelizmente morreram” na operação.

Após a queda de Baba Amr, os líderes locais da revolução e comandantes do ASL acreditam que o exército atacará a pequena cidade rebelde de Qousseir, a 15 km de Homs. O ESL cogita a possibilidade de não defender o local para que não se transforme em um campo de batalha.

Eles aconselharam aos jornalistas que estão na cidade a fugir.

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Os combatentes do ESL não possuem armamentos pesados para enfrentar os tanques de guerra utilizados pelo regime.

Os manifestantes pedem que o ESL receba armamentos.

“A Sexta-feira do armamento do Exército sírio livre… para defender nossas famílias”, estava escrito na página do Facebook “The Syrian Revolution 2011”, que opta pelo slogan das manifestações organizadas depois da oração de sexta-feira desde a explosão da revolta, em março de 2011.

As manifestações pacíficas iniciadas em março de 2011 não conseguiram derrubar o regime de Assad, o que favoreceu a militarização de uma parte da oposição.

O Conselho Nacional Sírio (CNS) criou um “burô militar” para supervisionar o abastecimento de armas ao ESL, fornecendo assim seu apoio formal à luta armada.

Diante da inércia da comunidade internacional, fez um apelo aos empresários sírios e árabes para que financiem as operações rebeldes. Alguns países, como o Qatar, já estão prontos para fornecer armas.

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