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Mianmar liberta 120 presos políticos, entre eles um famoso comediante

Por Por Hla Hla Htay
12 out 2011, 11h14

Um dos dissidentes mais famosos de Mianmar, o humorista e poeta Zarganar, deixou nesta quarta-feira a prisão, dentro de uma ampla anistia concedida a mais de 120 presos políticos, o que evidencia uma importante reforma no país.

Zarganar, uma das vozes mais fortes da dissidência em um país que vive sob o jugo de um exército todo-poderoso há cerca de meio século, ficou famoso parodiando a junta militar, que deu provas de sua falta de humor condenando-o a mais de 50 anos de prisão.

Mais de 120 presos políticos foram libertados, confirmou um porta-voz da Liga Nacional para a Democracia, o partido da líder da oposição, Aung San Suu Kyi.

“Até o momento, recebemos informações referentes a 70 presos políticos”, declarou anteriormente a Associação de Ajuda aos Presos Políticos (AAPP).

A Associação de Assistência aos Presos Políticos (AAPP), com sede na Tailândia, também informou que 70 presos políticos foram libertados, indicando que esse número pode aumentar.

Zarganar, detido em 2008 depois de ter organizado a ajuda às vítimas do furacão Nargis (138.000 mortos e desaparecidos) e criticado a forma com que o governo conduziu a tragédia, pôde assim deixar sua cela depois de ter sido condenado a 59 anos de prisão, pena que depois foi rebaixada para 35 anos.

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Segundo dirigentes birmaneses e militantes da oposição, entre as pessoas beneficiadas com esta anistia estão inúmeros membros da Liga Nacional para a Democracia (LND), de Suu Kyi, assim como ativistas da chamada “Geração 88”, relativa aos violentos distúrbios de 1988, uma das mais importantes revoltas populares no país nos últimos 50 anos.

Os Estados Unidos, a União Europeia e a oposição democrática do país exigem a libertação de aproximadamente 2.000 prisioneiros políticos – militantes políticos, advogados, artistas, jornalistas – para provar a sinceridade das reformas políticas atuais.

Após a libertação em novembro de 2010 de Aung San Suu Kyi, prisioneira mais conhecida do país, esta medida era considerada uma condição para que o Ocidente retire as sanções impostas ao país desde os anos 1990.

Contudo, o anúncio oficial não se posicionou claramente sobre o assunto.

Na segunda-feira, líderes governamentais disseram à AFP que uma anistia incluindo prisioneiros políticos era eminente. E, na terça-feira, a Comissão Nacional dos Direitos Humanos pediram a libertação dos “prisioneiros de consciência”, vocabulário banido pelas instâncias oficiais do governo.

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Thein Sein assumiu o governo em março após a dissolução da junta militar, e tenta há semanas provar que realizará profundas reformas.

O presidente estreitou o diálogo com Suu Kyi, presa pela junta militar por mais de 15 anos, e anunciou no fim de setembro a suspensão de um projeto de barragem financiada pelos chineses para “respeitar a vontade do povo”.

A sessão da Assembleia Nacional foi aberta pela primeira vez à imprensa, e os órgãos de censura afirmaram que a mídia deve ser livre de qualquer coerção.

Estes avanços foram saudados pelos Estados Unidos.

“É inegável que há mudanças espetaculares em andamento”, disse o secretário de Estado adjunto Kurt Campbell.

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Para as famílias das vítimas o suspense doloroso ainda continua.

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