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México enfrenta crises migratórias nas fronteiras norte e sul

Uma onda inesperada de migrantes haitianos nas últimas semanas está pressionando os sistema de asilo mexicano

Por Da Redação 3 set 2021, 16h22

O México tem enfrentado pressões de imigração do norte, sul e dentro de suas próprias fronteiras nas últimas semanas.

Milhares de migrantes continuam a cruzar a fronteira sul, enquanto os Estados Unidos mandam outros milhares de volta do norte. A perspectiva é que os EUA façam o solicitantes de asilo esperarem por longos períodos em solo mexicano.

O presidente mexicano, Andrés Manuel López Obrador (AMLO), disse na última quinta-feira, 2, que a estratégia de conter os migrantes no sul era insustentável por conta própria e mais investimentos são necessários na região para evitar que os centro-americanos deixem suas casas.

Mas os grupos de migrantes que caminharam para o norte, vindos do sul do México nos últimos dias, são em sua maioria haitianos, um grupo que não seria abordado pela proposta do presidente mexicano de plantio de árvores e programas de emprego para jovens na América Central.

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Os protestos de migrantes haitianos presos na cidade de Tapachula, no sul do país, se intensificaram nas últimas semanas. Muitos estão esperando lá há meses, alguns até um ano, para que os pedidos de asilo sejam processados.

A agência de refugiados do México, que lida com as solicitações, está sobrecarregada. Em 2021, mais de 77.000 pessoas solicitaram o status de proteção no México, 55.000 delas em Tapachula. Os haitianos representam cerca de 19.000 desses candidatos.

Os abrigos de Tapachula estão lotados, o que faz com que muitos requerentes de asilo vivam em condições insalubres enquanto esperam. 

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Frustrados com o atraso e as condições de vida, alguns começaram a se organizar em grupos de centenas. No sábado passado, vários grupos começaram a sair de Tapachula em direção ao norte. Os grupos foram até agora dispersos ou detidos pelas autoridades mexicanas.

No norte do México, a preocupação vem crescendo desde que a Suprema Corte dos Estados Unidos ordenou o reinício do polêmico programa que fazia os solicitantes de refúgio esperar no México enquanto seus casos eram processados. 

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A política da era Trump, chamada de Protocolos de Proteção ao Migrante, levou mais de 70.000 requerentes de asilo à espera, principalmente em perigosas cidades fronteiriças mexicanas.

O governo Biden encerrou o programa no início deste ano e disse que apelaria da decisão do tribunal mesmo que o Departamento de Segurança Interna tomasse medidas para cumpri-lo. 

Os abrigos no norte do México temem que logo possam ser novamente sobrecarregados por requerentes de asilo que retornaram. O governo mexicano não disse como vai responder.

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Enquanto isso, o governo dos EUA continua a remoção rápida de migrantes sob uma autoridade relacionada à pandemia invocada pelo governo Trump. Até agora neste ano, o governo americano já expulsou 674 mil pessoas do país.

Os Estados Unidos também estão transportando milhares de migrantes de outros países para o sul do México, onde as autoridades mexicanas os deixam em locais remotos na fronteira com a Guatemala.

A ideia é reduzir os retornos, tornando mais difícil para os migrantes chegarem aos EUA novamente. O México também está transferindo migrantes detidos no norte para sua fronteira sul.

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O presidente López Obrador concordou com as duras políticas de imigração do governo Trump e manifestou a vontade de continuar cooperando com o governo Biden.

Mas na quinta-feira, o presidente parecia frustrado com a estratégia de contenção de migrantes, que recentemente atraiu críticas generalizadas. 

Ele disse que escreveria uma carta a Biden insistindo que o governo dos EUA invista em seus projetos de desenvolvimento propostos para ajudar as pessoas na América Central e no sul do México a sentirem menos necessidade de migrar.

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