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México dá uma nova oportunidade ao velho PRI com Peña Nieto

Por Por Isabel Sánchez
2 jul 2012, 16h03

O PRI volta ao poder depois de 12 anos na oposição com a virtual vitória de seu candidato Enrique Peña Nieto, que promete que não haverá um retorno às práticas autoritárias do partido que dominou o México durante 71 anos no século XX.

“Os mexicanos deram ao nosso partido uma segunda oportunidade. Vamos honrar esta oportunidade com resultados, com uma nova forma de governar, que está de acordo com as realidades do México do século XXI”, declarou Peña Nieto ao proclamar seu triunfo pouco depois da meia-noite de domingo.

Uma contagem preliminar oficial mostrava nesta segunda-feira que, com 92,26% das cédulas de voto recebidas, Peña Nieto tinha 37,89% dos votos, contra 31,85% de López Obrador e 25,46% da governista Josefina Vázquez Mota.

O PRI governou de 1929 a 2000 com um regime paternalista, que pôs fim às lutas entre caudilhos e deu estabilidade política ao país após a Revolução de 1910, mas que foi taxado de autoritário e corrupto.

“Somos uma nova geração. Não vamos voltar ao passado. Meu governo terá o olhar voltado para o futuro. O México já mudou”, disse este advogado de 45 anos com porte de galã de telenovela.

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O candidato também fez questão de falar das principais preocupações dos mexicanos: a violência do narcotráfico e a pobreza.

“A luta contra o crime vai ser mantida com uma nova estratégia para reduzir a violência e proteger, antes de tudo, a vida dos mexicanos”, afirmou, entre aplausos de seus seguidores, que gritavam “presidente, presidente!”.

“Precisamos de uma nova economia de livre mercado, mas com sentido social, uma economia que gere empregos e distribua melhor a riqueza, combatendo a pobreza e a desigualdade que ainda assolam milhões de mexicanos”, disse à classe política do PRI reunida no auditório.

Peña Nieto “deve aprofundar” as políticas para erradicar esse mal que afeta a metade dos 112 milhões de mexicanos, disse Nicolás Lazo, da Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (Flacso).

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Segunda economia da América Latina, depois do Brasil, o México viu crescer em 15 milhões a sua população de pobres desde 2000, sob os governos do PAN, o que pesou para o eleitorado, segundo Lazo.

O principal rival de Peña Nieto, o esquerdista Andrés Manuel López Obrador, tem entre 30,9% e 31,86% dos votos, mas ainda não reconhece uma derrota e afirmou que vai esperar o resultado final oficial.

“Não foi dita a última palavra”, afirmou López Obrador, que em 2006 não reconheceu sua derrota na eleição presidencial por 0,56% para o presidente Felipe Calderón, do Partido Ação Nacional (PAN).

Um apelo à reconciliação nacional

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“É o momento de proporcionar e estimular a reconciliação nacional”, afirmou Peña Nieto, ao destacar que o México votou por uma “mudança de rumo”, após 12 anos de governo do PAN.

O PRI, que tem até o momento maioria absoluta na Câmara dos Deptuados (500 membros) e simples no Senado (128), deve manter a maior parte dos assentos em ambas, de acordo com projeções da imprensa divulgadas nesta segunda-feira, mas esta seria simples, o que o obrigará a negociar para que concretize suas propostas.

“Terá que promover reformas estruturais, que o PAN não fez em boa parte por rejeição do PRI: vai abrir a petroleira estatal PEMEX ao capital privado e reformar os monopólios privados, como o das grandes televisoras”, disse à AFP o analista Nicolás Lazo.

No âmbito regional, a capital continuará com a esquerda, que a governa desde 1997, depois que seu candidato Miguel Ángel Mancera obteve arrasadores 60% dos votos para a prefeitura, segundo resultados parciais.

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No entanto, segundo estes resultados, o PRI ganhou no estado de Jalisco (oeste), destronando o PAN, derrubou a esquerda em Chiapas (sudeste) e manteve Yucatán (leste), enquanto disputava voto a voto Tabasco (leste) com a esquerda.

Ganhava também em Morelos (centro), que era governado pelo PAN, enquanto esse partido manteve Guanajuato (centro).

O presidente americano, Barack Obama, ligou nesta segunda-feira para o candidato “priista” para saudá-lo por sua vitória e para reiterar seu interesse em manter a aliança entre ambos os países, informou a Casa Branca.

Durante a conversa, ambos “reafirmaram a estreita aliança bilateral entre Estados Unidos e México, que se baseia em um respeito mútuo, em uma responsabilidade compartilhada” e nas ligações entre os dois povos, indicou o texto.

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Obama “reiterou que está comprometido em colaborar com o México como sócios”.

“Esperamos promover nossas metas comuns, incluindo a democracia, a prosperidade econômica, e a segurança na região e ao redor do mundo”, acrescentou o comunicado.

Ao felicitar Peña Nieto, o presidente Felipe Calderón manifestou a disposição de seu governo em “garantir que a mudança de governo seja feita de maneira ordenada, transparente e eficaz”.

A Organização dos Estados Americanos (OEA) saudou a “tranquilidade” das eleições e indicou que o “México tem hoje um sistema eleitoral robusto e confiável”.

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