Berlim, 12 jun (EFE).- A chanceler alemã, Angela Merkel, afirmou nesta terça-feira que a operação de ajuda aos bancos espanhóis terá ‘certamente condições’, embora ‘diferentes’ das condições dos resgates a um país de forma total.
Na Jornada do Conselho Econômico da União Democrata-Cristã (CDU), a chefe de governo alemã avaliou as reformas introduzidas nos últimos meses pelo presidente do Executivo espanhol, Mariano Rajoy, e considerou ‘correta’ a decisão de Madri em buscar ajuda financeira europeia para sanear seu sistema bancário.
Merkel explicou a seus correligionários que uma nação sozinha não pode enfrentar as consequências de uma ‘bolha imobiliária de dez anos’ e argumentou que os mecanismos de ajuda financeira da União Europeia servem justamente para resolver esses problemas.
A chanceler declarou que a Espanha, assim como Grécia, Irlanda e Portugal, deve ‘assumir suas responsabilidades’, manter as ‘duras’ reformas que se propôs e enfrentar os ‘grandes desafios’ que têm pela frente.
‘Seria fatal que agora na Europa, onde alguns países começaram a caminhar na direção certa, isso se interrompesse e que (esses Estados) ficassem no meio do caminho’, afirmou.
Além disso, Merkel voltou a rejeitar plenamente a possibilidade de instaurar os denominados ‘euro-bonos’, já que considera que ‘forçar’ uma equiparação dos juros que todos os países da eurozona pagam por suas dívidas ‘não é solidário’.
Na visão da governante, a introdução do euro causou uma grande redução das taxas de juros na eurozona e isso enfraqueceu notavelmente a competitividade de alguns Estados.
‘Nós somos solidários’, ressaltou a chanceler, para acrescentar: ‘Mas devemos aprender com os erros do passado’.
A chefe do Governo alemão defendeu, além disso, a melhoria da supervisão bancária na UE, deixando claro que os controles anteriores não bastaram, e apontou que isto ajuda de forma irremediável a cessão de ‘competências nacionais’ em nível europeu. EFE
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