Cairo, 7 dez (EFE).- Os membros do novo governo egípcio, liderado por Kamal Ganzouri, juraram seus cargos nesta quarta-feira, duas semanas depois da demissão do Executivo anterior por conta dos protestos populares, informou a emissora de televisão estatal egípcia.
Os ministros prestaram juramento diante do marechal Hussein Tantawi, chefe da junta militar egípcia e máxima autoridade do país, que em 25 de novembro designou Ganzouri como novo primeiro-ministro apesar da rejeição dos ativistas da Praça Tahrir e da maioria dos partidos políticos.
O ato de posse não foi transmitido pela televisão como em ocasiões anteriores e por enquanto não foram oficializados os nomes dos integrantes do novo gabinete, 12 dos quais já ocuparam cargos no Executivo liderado por Essam Sharaf.
No entanto, há dias vêm sendo vazados alguns nomes, como os de Mohammed Amro e Adel Abdel Hamid, que seguiriam nas pastas de Relações Exteriores e Justiça, respectivamente.
O Ministério do Interior, polêmico devido à violenta atuação das forças de segurança contra os civis em Tahrir, será ocupado pelo general Mohammed Ibrahim Youssef, uma figura controversa do regime do presidente deposto Hosni Mubarak.
O próprio Ganzouri, de 78 anos, foi chefe de governo entre 1996 e 1999 durante o mandato de Mubarak e, por isso, sua nomeação não foi bem recebida pelos manifestantes que querem romper com o antigo regime.
Apesar de sua trajetória, o primeiro-ministro afirmou na terça-feira que seu objetivo era dirigir ‘um governo de salvação da revolução’ e pediu o apoio de todas as correntes para restaurar a segurança no Egito.
Ganzouri contará com mais prerrogativas do que qualquer um de seus antecessores, graças a um decreto emitido nesta quarta-feira pela junta militar, por meio do qual assume algumas das competências do presidente da República, salvo as relacionadas com o Exército e o Poder Judiciário.
O anúncio do novo governo, realizado após duas semanas de consultas, coincide com um longo processo eleitoral promovido para formar o novo Parlamento, nas primeiras eleições desde a renúncia de Mubarak em fevereiro. EFE