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May descarta proposta de manter aliança comercial com a União Europeia

Jeremy Corbyn, principal líder da oposição, propôs alternativa mais branda para a saída do Reino Unido do bloco europeu, marcada para 29 de março

Por Da Redação
Atualizado em 11 fev 2019, 18h08 - Publicado em 11 fev 2019, 17h53

A primeira-ministra britânica, Theresa May, descartou totalmente a proposta do líder da oposição trabalhista, Jeremy Corbyn, de preservar a participação do Reino Unido na união aduaneira com os outros 27 países do bloco econômico depois do início do Brexit.

“Nós somos absolutamente claros quanto a isso: não estamos considerando as propostas fiscais de Corbyn; nós não estamos considerando nenhuma proposta para permanecer na união aduaneira. Nós devemos ter nossa própria política de comércio, independente”, informou seu gabinete, por meio de comunicado.

No texto, May afirma que comparecerá à Câmara dos Comuns na próxima terça-feira, 12, um dia antes do previsto, para relatar o progresso de seu acordo com a União Europeia. Com a iniciativa, os parlamentares terão um dia a mais para apresentarem suas emendas ao texto, tarefa que se concluirá na quinta-feira, 14. 

As possíveis revisões do acordo pelos parlamentares não devem ser analisadas nesta semana. May se compromete a submeter seus termos à aprovação dos parlamentares “o mais cedo possível.”

No domingo 10, a primeira-ministra respondeu a uma carta do líder trabalhista, enviada na última semana, que descrevia as condições para o apoio de seu partido ao acordo do governo para o Brexit. A preservação da aliança comercial era o ponto fundamental das exigências da oposição.

A imprensa noticiara na manhã desta segunda-feira, 11, que, apesar de contrariar suas preferências, a primeira-ministra estava considerando a ideia de uma versão moderada da saída da União Europeia.

Boris Johnson, um dos nomes mais proeminentes do movimento pró-Brexit, disse ao programa BBC Radio 4’s Today que May deveria focar seus esforços na renegociação da cláusula da fronteira entre as Irlandas, o chamado backstop, em vez de tentar se juntar a Corbyn.

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“Ele quer frustrar a saída da União Europeia permanecendo em uma união aduaneira permanente”, afirmou o conservador.

Em sua carta a Corbyn, May fez concessões em torno das legislações ambiental e trabalhista, propondo que todas as mudanças nas duas passem pela Câmara dos Comuns. A manobra tenta conquistar parte dos parlamentares da oposição antes da próxima votação de seu plano, que não deve acontecer antes do fim do mês.

Membros do Partido Conservador, como a secretária do Tesouro, Liz Truss, já haviam indicado que renunciariam a seus cargos se a primeira-ministra aceitasse a união aduaneira. “Eu não penso nem um pouco que esta deveria ser a nossa política”, disse Truss em entrevista à rede Sky.

O ministro de Comunidades, James Brokenshire, garantiu no domingo 10 que, se o acordo finalizado não for apresentado até o dia 27 de fevereiro, os parlamentares poderão apresentar outra moção com suas preferências para o Brexit, o que incluiria um possível bloqueio à saída sem acordo e outros tipos de intervenção.

O ministro de Relações Exteriores, Jeremy Hunt, promoverá as ideias do governo britânico em viagens nesta semana a Paris e Varsóvia, segundo Downing Street. Ainda nesta segunda, o secretário do Brexit, Stephen Barclay, terá um encontro com o negociador-chefe da União Europeia, Michel Barnier, em Bruxelas.

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Na última semana, Theresa May também esteve na capital belga tentando renegociar os termos da possível permanência da Irlanda do Norte sob as regras aduaneiras do bloco. O backstop pretende evitar a volta de uma fronteira conflituosa com a República da Irlanda, mas é rejeitado pela maioria no Legislativo. Apesar dos apelos do governo britânico, os demais líderes europeus negam a possibilidade de rediscutir os termos do acordo, negociados durante 17 meses.

Em declarações ao jornal The Sunday Times, o porta-voz trabalhista para o Brexit, Keir Starmer, afirmou que May “finge que faz progressos”, enquanto planeja retornar ao parlamento após a próxima reunião do Conselho Europeu, nos dias 21 e 22 de março, para oferecer “uma escolha binária” entre “o seu acordo ou nenhum”.

Ainda no domingo 10, Corbyn acusou a primeira-ministra de atuar de maneira “cínica”, ao tentar “apressar o tempo” antes do Brexit, e sugeriu que ela aceite a proposta trabalhista de manter o país em uma união aduaneira com os 27 países do bloco, o que resolveria a questão da fronteira.

O ex-primeiro-ministro trabalhista Tony Blair, pró-europeu e um dos autores do Acordo da Sexta-Feira Santa de 1998, advertiu neste domingo que uma retirada sem pacto seria “desastrosa” para o processo de paz entre as Irlandas, pois levaria à criação de “uma fronteira muito dura”.

(Com EFE) 

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