Londres, 24 nov (EFE).- O ex-presidente da Federação Internacional de Automobilismo (FIA) Max Mosley afirmou nesta quinta-feira que processou o tabloide ‘The News of The World’ para provar que ‘mentia’ sobre seu suposto envolvimento em uma orgia nazista.
Ao lado da atriz Sienna Miller e da escritora J.K. Rowling, que também foram vítimas das escutas telefônicas ilegais do extinto jornal de Rupert Murdoch, Mosley compareceu nesta quinta-feira para depor no processo que está a cargo do juiz Lord Leveson.
O jornal, que fechou em julho, publicou um polêmico artigo em 2008 que detalhava a participação de Mosley em uma suposta orgia nazista, que logo se transformou em um grande escândalo.
O ex-chefe da Fórmula 1, que deixou a presidência da FIA em outubro de 2009, explicou em seu depoimento as razões que o fizeram abrir um processo.
‘Pensei: se eu não fizer isso, quem fará? A única maneira de aplicar essa minha vontade era levar a diante este processo extremamente arriscado e desagradável’, argumentou Mosley.
Em 2008, o ex-presidente da FIA chegou a ser indenizado com 69 mil euros por danos morais depois que um juiz comprovou que o artigo publicado havia invadido seu direito de privacidade. Na ocasião, o jornal divulgou fotos comprometedoras de Mosley vestido de nazista, em uma orgia.
Desde então, o ex-dirigente da F1 articula uma campanha para viabilizar uma reforma da lei sobre privacidade dos famosos, argumentando que a imprensa deveria alertar as pessoas públicas antes da publicação de reportagens.
Mosley insistiu que as acusações do jornal foram ‘completamente falsas e prejudiciais’, além de afirmar estar ‘indignado’ com uma segunda matéria publicada, para a qual o repórter Neville Thurlbeck entrevistou uma das mulheres que teria filmado na orgia.
‘Essa entrevista não era o que parecia’, indicou Mosley, que declarou que foi uma invenção de Thurlbeck, que teria ameaçado a mulher para conseguir o relato. EFE