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Manter uma rainha custa caro – mas o retorno é ainda maior

Se colocada ao lado das grandes empresas britânicas, a 'marca' da família real valeria, entre propriedades, turismo e valor agregado, cerca de R$ 138,7 bilhões

Por Da Redação
2 jun 2012, 19h05

O valor comercial da família feal britânica já supera 44,5 bilhões de libras (138,7 bilhões de reais).

De tempos em tempos, a família real é acusada de onerar demasiadamente os cofres públicos da Grã-Bretanha. De fato, manter as imensas propriedades reais demanda uma quantia em dinheiro considerável a cada ano. Somente o Palácio de Buckingham – residência oficial da rainha e onde está localizado seu escritório, em Londres – abriga nada menos que 775 cômodos em uma colossal estrutura de 77.000 metros quadrados (o equivalente a 8,5 campos de futebol). Mais de 800 funcionários circulam pelo local em funções que variam das mais comuns, como limpeza e manutenção, até algumas impensáveis, a exemplo dos responsáveis pela limpeza de lareiras e pelo hasteamento de bandeiras. Em um ano normal, a rainha abre suas portas para mais de 50.000 pessoas, em banquetes, almoços, jantares e recepções. Calcule-se, por baixo então, que mais de 3 milhões de convidados já tenham sido recebidos por Elizabeth II em seus 60 anos de reinado – completados este ano.

Para arcar com todos esses custos, há quatro fontes públicas de renda para financiar a rainha, seus familiares e funcionários: a Lista Civil, que atende às necessidades da monarca como chefe de estado e da Comunidade Britânica (Commonwealth); um fundo destinado exclusivamente aos gastos públicos e pessoas da realeza; um fundo especial do governo para a manutenção dos palácios reais; e, por fim, um fundo especial do governo para viagens, incluindo custos aéreos e ferroviários para deslocamentos associados a compromissos oficiais. Segundo a rede britânica BBC, nestas últimas seis décadas, Elizabeth II fez 261 viagens internacionais, entre as quais 96 foram visitas de estado a 116 países, que incluíam destinos pouco conhecidos, como as minúsculas Ilhas Cocos – um território australiano habitado por apenas 596 pessoas. Isso sem considerar as viagens feitas pelos herdeiros da coroa em nome dela – os príncipes Charles, William e Harry.

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Mas esse é apenas o ônus de se manter a família real mais tradicional e conhecida do mundo. Porque é também esse status de celebridade conferido a ela que abre caminho para um bônus ainda maior a todo o país. Segundo um estudo divulgado no início desta semana pela consultoria britânica Brand Finance – especializada em avaliação e gestão de marcas -, o valor comercial da realeza britânica já supera 44,5 bilhões de libras (mais de 139 bilhões de reais). A pesquisa sugere que, se fosse colocada à venda como qualquer outro negócio, a monarquia valeria mais do que as redes de supermercado locais Tesco (33 bilhões de libras) e Marks & Spencer (7,4 bilhões de libras) juntas, por exemplo. Assim, a coroa não só devolve todos os seus gastos aos cofres públicos como também leva uma série de benefícios ao país, principalmente em forma de turismo.

‘Firma’ – Não é de se estranhar, portanto, que o apelido de “firma” lhe caia tão bem. Somente Festa de Jubileu da rainha – que teve início nesse sábado e segue até terça-feira – deve representar um lucro em turismo de 924 milhões de libras (quase 2,9 bilhões de reais). Do valor total da “marca” família real, 18 bilhões de libras (56 bilhões de reais) cobririam o valor das joias da coroa e das propriedades reais, considerados bens materiais por ora intocáveis. Já os outros 26,5 bilhões de libras (82,9 bilhões de reais) referem-se aos benefícios econômicos imediatos, ao impulsionar o turismo e a indústria local. “A monarquia é um poderoso apoio para marcas de indivíduos, de empresas e do próprio país. Ela contribui de forma significativa para impulsionar o crescimento econômico da Grã-Bretanha em sua tentativa de tirar o país da recessão”, destacam os especialistas responsáveis pelo relatório.

Segundo David Haigh, presidente-executivo da Brand Finance, a realeza – ao ser colocada dentro dos círculos das finanças corporativas com valor de capitalização de mercado – é visto como uma das marcas mais valiosas do país. O documento analisa desde ativos físicos – como a coleção de obras de arte que sozinha vale 10 bilhões de libras – e intangíveis – como resultado da publicidade gratuita feita no exterior (cerca de 500 milhões de libras por ano). Somado, esse montante supera em muito os valores gastos em segurança (3,3 bilhões de libras), na Lista Civil (461 milhões de libras), em viagens (195 milhões de libras), entre outros. “Tudo isso é compensado pela sua contribuição à economia da Grã-Bretanha, especialmente durante grandes eventos reais, como o casamento de William e Kate no ano passado e o Jubileu neste ano”, acrescenta o estudo. É compreensível, portanto, que a rainha Elizabeth II viva um momento de popularidade recorde em um país onde 70% da população acredita que estaria pior sem a monarquia.

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