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Manifestantes voltam às ruas do Egito pelo 6º dia seguido

Protestos ocorrem pouco depois de Mubarak nomear dois generais para os cargos de vice-presidente e primeiro-ministro do país

Por Da Redação
30 jan 2011, 10h12

Manifestantes voltaram às ruas do Cairo, neste domingo, pelo sexto dia consecutivo contra o presidente do Egito, Hosni Mubarak. Os protestos ocorrem cerca de 24 horas depois de o chefe dos serviços de inteligência do Egito, general Omar Suleiman, tomar posse como novo vice-presidente do país e o general Ahmed Shafiq receber a missão de formar um novo governo. Diante do caos que se instaurou no Egito, vários presidiários conseguiram fugir de diversas cadeias do território na noite do último sábado e os Estados Unidos anunciaram que estão organizando a retirada de seus cidadãos do país.

De acordo com a rede britânica BBC, a presença dos soldados era maciça no Cairo neste domingo. Contudo os policiais – que se envolveram em violentos confrontos, deixando mais de 100 mortos em todo o país nos últimos dias -, desapareceram das ruas. Aparentemente, Mubarak e seu Exército ouviram dos aliados americanos que um massacre não seria a solução para restaurar a ordem no país.

Os manifestantes gritaram slogans como “Mubarak, o seu avião te espera”. Outros escalaram tanques e veículos das Forças Armadas, na praça Tahrir, onde milhares de pessoas acamparam e passaram a noite, desafiando o toque de recolher imposto pelo governo, na última sexta-feira.

A rede de televisão Al-Jazeera, que tem transmitido ao vivo a revolta contra Mubarak, informou que as autoridades egípcias ordenaram o fechamento de seus escritórios. O canal árabe é considerado por alguns como um possível fórum para inspirar os manifestantes.

Diante do caos que se instaurou no país nos últimos seis dias, o governo informou que prisioneiros dominaram carcereiros e escaparam de diversos presídios do território. Oito detentos morreram na fuga.

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Reações – Segundo um comunicado da embaixada americana, emitido neste domingo, os Estados Unidos recomendaram que os americanos deixem o Egito o mais rápido possível e começaram a organizar a retirada de seus cidadãos do território em voos para a Europa.

Já o rei Abdullah, da Arábia Saudita, disse ao presidente dos EUA, Barack Obama, que não deve haver nenhuma negociação sobre a estabilidade do Egito e da segurança do seu povo. De acordo com a imprensa saudita, Obama teria ligado, neste domingo, para o rei em Marrocos, onde ele está se recuperando de uma cirurgia. Os dois líderes teriam dito que não estavam satisfeitos com o situação de caos e saques no Egito.

O governo japonês também pediu ao poder Executivo egípcio que resolva de forma pacífica a atual revolta. O apelo foi feito durante um encontro do ministro de Exteriores, Seiji Maehara, com o embaixador egípcio em Tóquio, Walid Mahmoud Abdelnaser. “O Japão deseja com firmeza que tanto o governo egípcio como a população evitem a violência e criem uma situação estável através do diálogo”, indicou Maehara, segundo informou a agência local Kyodo.

O ministro japonês reivindicou, além disso, ao enviado diplomático egípcio que seu governo resolva a situação de cerca de 500 turistas japoneses que ficaram presos nesse país devido ao cancelamento de voos da Egyptair.

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Situação política – O novo gabinete do Egito será anunciado neste domingo, informaram à Agência Efe fontes do centro de imprensa oficial egípcio. O anúncio da composição do poder Executivo é esperado depois de Mubarak ter nomeado no último sábado dois generais para ocupar os cargos de vice-presidente da República – vago desde 1981 – e de chefe de governo.

Omar Suleiman, chefe dos serviços de Inteligência, assumiu a Vice-Presidência e o também general Ahmed Shafiq foi designado primeiro-ministro. Ele recebeu a incumbência de formar o novo governo, após a renúncia do gabinete anterior, presidido pelo civil Ahmed Nazif. Essas nomeações, porém, não satisfizeram os dirigentes da oposição nem os manifestantes egípcios, que desde terça-feira passada reivindicam mudanças mais profundas na política nacional.

(Com agências EFE, Estado e France-Presse)

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