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Manifestantes atacam sede de Ministério no Leste da Ucrânia

Em outro ataque na região, separatistas invadiram um quartel policial. Tensão crescente é motivo de preocupação para o Ocidente, que teme uma guerra civil

Por Da Redação
14 abr 2014, 09h16

Ativistas pró-Rússia atacaram nesta segunda-feira a sede do Ministério do Interior em Gorlovka, cidade da região de Donetsk, no Leste da Ucrânia, onde os manifestantes mantêm uma queda de braço com o governo central do país. Segundo a imprensa local, foram ouvidos tiros no edifício, aparentemente disparados pelos policiais que se encontram em seu interior e que reagiram à entrada dos ativistas.

Por enquanto, não há informações sobre feridos. Um grupo de policiais se entrincheirou no interior do prédio à espera de reforços. Gorlovka fica localizada a 40 quilômetros da capital regional, Donetsk. Entre outras coisas, os manifestantes exigem que o chefe da polícia local abandone o cargo e não obedeça seus superiores. Os invasores pró-Rússia retiraram a bandeira ucraniana e a substituíram pela russa, aos gritos de “a polícia com o povo”.

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Também em Gorlovka, ao menos 100 separatistas pró-russos atacaram um quartel da polícia. Imagens transmitidas pela TV ucraniana mostraram uma ambulância prestando atendimento a pessoas que aparentemente ficaram feridas durante o ataque. A escalada da violência e a onda de invasões de prédios públicos no Leste da Ucrânia levaram o Conselho de Segurança da ONU a convocar uma reunião de emergência neste domingo. Entre os diplomatas e observadores, há a preocupação de que a situação tensa se transforme em uma guerra civil.

Nesta segunda, o presidente interino da Ucrânia, Oleksandr Turchynov, disse que não se opõe à realização de um referendo sobre a possibilidade de conceder maior autonomia às regiões do Leste do país. Um referendo sobre maior independência do governo central em Kiev é uma das principais exigências de milícias que têm invadido prédios do governo na região. “O referendo, se o Parlamento decidir, poderá ser realizado junto com a eleição presidencial, e vai ser a favor de uma Ucrânia indivisível, independente, democrática e unificada”, disse Turchynov durante reunião com líderes parlamentares. A eleição presidencial da Ucrânia está marcada para 25 de maio.

O prazo do ultimato dado aos manifestantes para depor suas armas e abandonar os edifícios públicos ocupados vence nesta segunda. Turchynov, que anunciou neste domingo que empregará o exército para restaurar a ordem, assinou um decreto que garante que não se perseguirá judicialmente quem acatar o ultimato, caso não tenham ferido ou matado outros cidadãos. A Rússia reagiu e disse que o governo da Ucrânia era “criminoso” por ameaçar utilizar o exército contra “manifestações pacíficas”.

Críticas de Berlim – A Alemanha acusou a Rússia de intensificar o conflito na Ucrânia. O ministro das Finanças alemão, Wolfgang Schäuble, disse nesta segunda-feira que Moscou deveria demonstrar um interesse genuíno em resolver a situação, já que a economia russa está sofrendo impactos do conflito. “Há muitos sinais de que a Rússia está alimentando a instabilidade na Ucrânia e vemos movimentos das tropas russas”, disse Schäuble , em entrevista à rádio Deutschlandfunk.

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O ministro alemão também destacou a decisão da Rússia de aumentar os preços de fornecimento de gás para a Ucrânia como mais um instrumento para implantar a crise na região. “A Rússia deve saber que os países ocidentais não serão chantageados”, afirmou Schäuble. Os comentários foram feitos antes de uma reunião dos ministros das Relações Exteriores da União Europeia (UE) na segunda-feira para discutir a situação na Ucrânia.

Em resposta ao seu colega alemão, o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, negou que Moscou se intrometa nos assuntos internos da Ucrânia. Segundo os ocidentais e o governo de Kiev, a Rússia mobilizou agentes para promover desordens nas regiões ao Leste da Ucrânia. Sobre a acusação, Lavrov replicou: “Ali não há agentes nossos, nem do GRU [departamento russo de inteligência militar] nem do FSB [o serviço secreto de Moscou]”. A “hipocrisia” dos países ocidentais a respeito dos acontecimentos na Ucrânia “supera os limites”, também afirmou Lavrov.

Na mesma entrevista, Lavrov afirmou que a Rússia pediu explicações aos Estados Unidos sobre uma suposta visita a Ucrânia do diretor da Agência Central de Inteligência (CIA), John Brennan.”Queremos entender o que significam as informações sobre uma visita urgente a Kiev do diretor da CIA”, disse Lavrov.”Até o momento não nos apresentaram nenhuma explicação convincente”, completou.

(Com agências Reuters e EFE)

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