Manifestantes anti e pró-regime protestam em Manama
Protestos no país são inspirados nos levantes ocorridos na Tunísia e no Egito
Milhares de partidários do governo bareinita se manifestaram nesta segunda-feira em Manama em apoio ao regime da dinastia sunita dos Al-Khalifa, ao mesmo tempo em que outros milhares de opositores xiitas continuavam ocupando a Praça da Pérola.
Os partidários do regime se concentraram ao redor da mesquita sunita de Al-Fateh, coincidindo com a última oração do dia. “Viva Abu Salam”, cantavam os partidários, em referência ao rei Hamad Ben Isa Al Khalifa. Os manifestantes pró-regime exibiram bandeiras com as cores vermelho e branco do Bahrein. Também mostraram fotos do rei, do príncipe herdeiro Salman Ben Hamad Al-Khalifa, e do primeiro-ministro, tio do monarca, no posto desde 1971.
Histórico – O Bahrein é um arquipélago com superfície de 727 quilômetros quadrados, no qual vivem pouco mais de 1,3 milhão de pessoas, metade delas de expatriados. O pequeno reino é governado por uma dinastia sunita, embora a maioria de sua população seja formada por muçulmanos xiitas – o Departamento de Estado americano estima que eles representem 70% dos barenitas.
Ainda que o próprio país explore pouco petróleo, seus vizinhos são alguns dos maiores produtores da matéria-prima no mundo. Sua posição estratégica no Golfo, perto de Arábia Saudita, Catar e Irã, fez dele um aliado de longa data dos Estados Unidos. A Quinta Frota dos EUA, força naval deslocada para Oriente Médio e leste da África, está sediada no Bahrein e é considerada um instrumento vital para o Pentágono, tanto em suas ações no Afeganistão quanto no Iraque.
Perigos – A Frota também é um potencial bastião contra uma futura ameaça nuclear iraniana. No passado, o Irã chegou a reivindicar o território quando os britânicos o deixaram. Porém, os barenitas optaram por sua independência. Analistas acreditam que, se o regime for derrubado, o reino se transformará em um satélite iraniano.
Por tudo isso, o governo americano torce pela permanência de Hamad bin Isa Al Khalifa no poder e teme que os protestos no país sigam os passos dos levantes ocorridos na Tunísia e no Egito, que acabaram com a deposição de seus governos.
(Com agência France-Presse)