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Manifestantes acusam Macron de não pôr fim à violência contra mulheres

Ativistas convocaram protesto em Paris pela decisão do presidente de escolher ministro acusado de estupro por duas mulheres

Por Duda Gomes Atualizado em 24 Maio 2022, 21h25 - Publicado em 24 Maio 2022, 21h24

Ativistas que lutam pelos direitos das mulheres na França acusaram o presidente reeleito, Emmanuel Macron, de trair a promessa de campanha de acabar com a violência contra mulheres. Os grupos feministas liderados pelo Observatório da Violência Sexista e Sexual na Política organizaram uma manifestação em Paris nesta terça-feira, 24, depois que o governo decidiu deixar Damien Abad, acusado de estupro, como ministro da Solidariedade, Autonomia e Pessoas com Deficiência.

Abad foi nomeado por Macron na sexta-feira, 20. Ele foi acusado de estupro por duas mulheres, de acordo com uma publicação do site Mediapart no domingo, 22. Uma delas disse que em 2010 desmaiou depois de aceitar uma taça de champanhe entregue por ele e acordou apenas de calcinha em um quarto de hotel com o homem. O outro caso teria acontecido em 2011, também em um hotel. Em 2017, uma delas prestou queixa, mas foi arquivado tempos depois.

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Os manifestantes chamaram a gestão de Macron de “governo da vergonha” e alertaram que a maioria dos casos de estupro e agressão sexual na França foram descartados pelos promotores.

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A porta-voz do governo, Olivia Grégoire, disse que o combate à violência contra mulheres e meninas será uma prioridade para o segundo mandato de Macron, assim como foi no primeiro. Ela afirmou também que Abad permaneceria no governo e que caberia à Justiça francesa revelar se ele era culpado ou não.

O ministro nega os crimes e afirma que a sua deficiência – artrogripose, uma condição rara que afeta as articulações – significava que era incapaz de cometer agressão sexual.

“Pelo simples motivo de dar o exemplo e enviar uma mensagem às mulheres vítimas de violência sexual, Abad não deveria ter sido nomeado ministro. Há uma obrigação na lei trabalhista francesa de proteger as pessoas no trabalho. Ao manter Abad, o governo não está cumprindo sua responsabilidade de proteger as pessoas que trabalham com ele”, disse Madeline da Silva, cofundadora do Observatório sobre Violência Sexista e Sexual na Política. Antes da nomeação, ela já havia informado as autoridades francesas sobre as acusações contra Abad.

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A revelação dos supostos crimes ofuscou a primeira semana de mandato da primeira-ministra Elizabeth Borne, primeira mulher a ocupar o cargo em 30 anos. Borne alega que não sabia do caso até o site publicar o artigo, mas os ativistas não acreditam que seja possível que nem ela nem Macron não soubessem.

Outros casos parecidos já haviam acontecido sob a gestão de Macron. No começo do mês, houve indignação quando o partido do presidente apoiou Jérôme Peyrat, candidato parlamentar em Dordogne, que havia sido condenado por violência doméstica. Em 2020, Gérald Darmanin foi nomeado ministro do Interior e também tinha acusações de estupro, assédio sexual e abuso de poder. Até hoje ele continua com seu cargo no gabinete.

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