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Manifestações na Síria antes da missão de Kofi Annan em Moscou e Pequim

Por Str
23 mar 2012, 19h37

As forças sírias bombardearam nesta sexta-feira várias cidades rebeldes da Síria, onde milhares de manifestantes antirregime realizaram protestos, na véspera de uma missão do emissário internacional Kofi Annan, em Moscou e Pequim, para tentar acabar com a violência.

Para aumentar a pressão sobre o regime de Bashar al-Assad, que reprime violentamente desde o ano passado um movimento de contestação sem precedentes, a União Europeia deve adotar novas sanções, inclusive contra a esposa e a mãe do presidente.

Os Estados Unidos parabenizaram estas novas sanções e consideraram “um passo importante” dentro dos esforços internacionais para colocar fim à repressão.

“É gratificante ver que a UE deu um novo passo para pressionar o regime de Assad”, afirmou a porta-voz do Departamento de Estado, Victoria Nuland.

“Certamente, trata-se de um passo importante. É uma mensagem clara para as pessoas próximas de Assad”, acrescentou Nuland.

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Convocados por ativistas pró-democracia, milhares de pessoas se manifestaram, principalmente em Damasco, e exigiram, entre outras coisas, o julgamento de líderes do regime no poder. A polícia abriu fogo contra a multidão para dispersá-la e feriu vários civis, segundo militantes.

Enquanto isso, violentos combates eclodiram entre as tropas do governo e o Exército Sírio Livre (ASL, composto principalmente de desertores) em Aazaz, cidade próxima da fronteira turca por onde passam muitos feridos e civis que tentam se refugiar.

No total, 33 pessoas morreram nesta sexta-feira no país, sendo 17 civis, 13 soldados e três desertores, os últimos em combates contra o Exército na província de Alepo, segundo o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH).

Os confrontos em Aazaz começaram na quinta-feira. A cidade de 75 mil habitantes na província de Alepp foi “bombardeada pelas tropas e sobrevoada por helicópteros do Exército”, disse à AFP Mohammad al-Halabi, um militante.

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Em Homs (centro), outro reduto dos rebeldes, dois civis foram mortos durante ataques do exército ao bairro de Bab Sbaa, informou o OSDH.

Mais ao norte, o exército bombardeou o reduto rebelde de Bineche, a leste da cidade de Idleb (noroeste), segundo um correspondente da AFP.

A violência também invadiu nos últimos dias Damasco e seus arredores, teatro de confrontos diários entre soldados e desertores.

No plano diplomático, Kofi Annan, enviado da ONU e da Liga Árabe, irá neste fim de semana à Rússia e China, fiéis aliados de Damasco que votaram na quarta-feira por uma declaração das Nações Unidas que exige o fim violência, após vetarem duas resoluções que condenavam a repressão.

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Com esta declaração, o Conselho de Segurança deseja que o presidente Assad e seus opositores implementem de imediato o Plano Annan, que prevê “o fim da violência por todas as partes”, “a prestação de ajuda Humanitária” e a liberação dos prisioneiros.

O jornal do governo sírio, Tishreen, comemorou a declaração, sem afirmar, contudo, se o plano será respeitado. A oposição o denunciou, afirmando que está aquém das expectativas do povo sírio.

Uma missão enviada por Kofi Annan na Síria deixou o país na quinta-feira “depois de três dias de intensas conversações”. “As autoridades sírias deram-nos respostas e vamos estudá-las cuidadosamente”, afirmou o porta-voz de Kofi Annan.

“A situação no terreno é muito grave, cada minuto conta, e temos de fazer progressos rapidamente”, acrescentou.

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O Conselho de Direitos Humanos da ONU prorrogou, por sua vez, o mandato da sua Comissão de Investigação na Síria, pedindo a “revelação das graves violações dos direitos Humanos” cometidos desde março de 2011, incluindo uma avaliação do número de vítimas.

A comissão elaborou uma lista confidencial de funcionários suspeitos de envolvimento em “crimes contra a Humanidade”.

Os investigadores também acusam as forças de oposição de “cometerem abusos, mesmo que não comparáveis em escala e organização com os cometidos pelo Estado.”

A ONU lançou um apelo à comunidade internacional para ajudar os 100 mil refugiados sírios na Jordânia, Líbano, Turquia e Iraque, anunciou o Alto Comissariado para os Refugiados.

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Já a UE deve anunciar novas sanções contra o regime, que deverão incluir a esposa, a mãe, a irmã e a cunhada de Assad, de acordo com fontes diplomáticas. Também deverá congelar os bens de outras oito pessoas ligadas ao regime.

Em Amã, milhares de sírios manifestaram em frente a embaixada da Síria. “Nós não vamos ceder Deus amaldiçoe você, Bashar”, dizia um cartaz.

Por fim, a oposição pediu à Unesco para agir imediatamente para proteger os locais históricos do país que estão em risco, segundo ela, pelos ataques do exército regular.

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