Malvinas: Argentina aceita oficialmente mediação da ONU
Buenos Aires confirmou decisão em carta ao presidente da Assembleia Geral
O governo argentino aceitou oficialmente a oferta de mediação da ONU para “coordenar uma solução pacífica” para o conflito entre o país e a Grã-Bretanha pela soberania das Ilhas Malvinas, informou nesta terça-feira o Ministério das Relações Exteriores argentino em comunicado.
Entenda o caso
- • As Ilhas Malvinas – Falkland, em inglês – ficam a cerca de 500 quilômetros do litoral argentino, mas são administradas e ocupadas pela Grã-Bretanha desde 1883.
- • O arquipélago sempre foi motivo de tensão entre os dois países, até que em 1982 o ditador argentino Leopoldo Galtieri comandou uma invasão ao território.
- • O governo britânico reagiu rapidamente, enviando às ilhas uma tropa quase três vezes maior do que à da Argentina, que se rendeu dois meses depois.
- • Na guerra morreram 255 militares britânicos e mais de 650 argentinos.
Segundo a nota, o chanceler Héctor Timerman enviou ao presidente da Assembleia Geral das Nações Unidas, Nassir Abdulaziz al Nasser, uma carta na qual aceita sua “boa disposição” para coordenar uma “solução pacífica” para a disputa entre seu país e o governo britânico sobre o arquipélago, dominado pela Grã-Bretanha desde 1833.
Timerman afirmou que a “Argentina aceita com o maior interesse e atenção as iniciativas e sugestões” que possam ser feitas pelo presidente da Assembleia Geral da ONU para contribuir para a solução da questão. No comunicado, ele solicita que a Grã-Bretanha seja informada da disposição argentina.
Ameaça – O anúncio do governo de Buenos Aires ocorre após a Confederação Argentina de Trabalhadores do Transporte (CATT) ameaçar boicotar navios com bandeira britânica que entrarem no país. A intenção da CATT veio a público na última segunda-feira e a organização sindical declarou que a medida é um protesto pelas “pretensões militaristas dos ingleses”.
Depois de deslocar um navio de guerra para as Malvinas e enviar o príncipe William às ilhas em missão militar, a Grã-Bretanha foi acusada pela Argentina de “militarizar” o Atlântico Sul. O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, chamou ambas as partes a evitar uma “escalada de tensões” às vésperas do 30º aniversário do início da Guerra das Malvinas, disputada entre os dois países em 1982 e na qual morreram cerca de 900 pessoas.
Nas últimas semanas, a Argentina aumentou a pressão diplomática para somar apoio à sua reinvidicação sobre as Malvinas. Até agora, conseguiu o reconhecimento de seus vizinhos sul-americanos e sos países da Alba (Venezuela, Cuba, Bolívia, Equador, Nicarágua, São Vicente e Granadinas, Dominica, Antígua e Barbuda).
(Com agência EFE)