Mais de 60 túmulos são vandalizados com suásticas no sul de Paris
Caso acontece pouco mais de um ano depois de ato similar no cemitério judeu de Westhoffen, na Alsácia
Cerca de 60 túmulos do cemitério municipal de Fontainebleau, no sul da região metropolitana de Paris, foram vandalizados com suásticas na madrugada de domingo para esta segunda-feira, 28, segundo as autoridades locais.
“Sessenta e sete túmulos, alguns antigos e outros mais recentes, foram vandalizados com suásticas e rosas brancas e prateadas”, disse à AFP o prefeito de Fontainebleau, Frédéric Valletoux.
O cemitério judaico, localizado ao lado do principal cemitério da cidade, não sofreu nenhum tipo de vandalismo, segundo a Promotoria local, que abriu uma investigação por “degradação de sepulturas”. Além das suásticas, também apareceram inscrições com palavras em francês usadas pejorativamente contra a comunidade judaica.
Em comunicado, Valletoux afirmou que “a cultura do ódio não tem lugar em Fontainebleau”.
“Quando marcam suásticas nas sepulturas, não se trata mais de degradação, mas de crime. Sinto uma raiva profunda e um sofrimento também pelas famílias das vítimas”, afirmou. “Pedi aos serviços municipais que limpassem o mais rápido possível. A Prefeitura fará queixa durante o dia e espero que a investigação identifique os responsáveis e que sejam condenados”.
Para Cédric Thoma, vereador da oposição, “não há palavras para descrever o horror anti-semita e a profanação do cemitério, poucos dias depois do Natal”, segundo o portal francês Actu.fr.
Le Préfet de Seine-et-Marne condamne vigoureusement la dégradation des 67 tombes du cimetière de Fontainebleau par apposition de croix gammées. Il a mobilisé les forces de l’ordre pour identifier les auteurs rapidement. pic.twitter.com/pq3LHsanWi
— Préfet de Seine-et-Marne (@Prefet77) December 28, 2020
Há pouco mais de um ano, em 4 de dezembro de 2019, ao menos cem túmulos também apareceram pichados com suásticas em um cemitério francês, desta vez no cemitério judeu de Westhoffen, na Alsácia.
Na época, o presidente Emmanuel Macron se manifestou afirmando que “os judeus são e fazem a França. Os que os atacam, inclusive suas tumbas, não são dignos da ideia que temos de França“. O então ministro do Interior, Christophe Castaner, visitou o local para uma cerimônia.
Estima-se que a França tenha a maior comunidade judaica da Europa, e a terceira maior do mundo, atrás apenas de Estados Unidos e Israel.
Em outubro, criminosos também invadiram um cemitério judeu perto de Atenas, Grécia, na véspera do veredicto de um julgamento de assassinato envolvendo o partido grego neonazista Aurora Dourada.
“Juden Raus”, frase usada pelos nazistas e que significa “Judeus fora” em alemão, apareceu em tinta preta na cerca do cemitério da cidade de Níkea. Junto com esta frase estava um símbolo semelhante à suástica, usado pela formação Aurora Dourada, de acordo com a foto publicada pelo Conselho israelita.