Mais de 60 corpos são encontrados em crematório abandonado
O crematório fica no Estado de Guerrero, o mesmo em que 43 estudantes foram assassinados em setembro do ano passado. A polícia isolou a área
Sessenta e um corpos foram encontrados em um crematório abandonado no balneário mexicano de Acapulco, situado no Estado de Guerrero, onde em setembro passado 43 estudantes foram assassinados, informaram nesta sexta-feira fontes da Promotoria estadual. A descoberta dos corpos foi possível após uma ligação dos vizinhos para as autoridades, que foram ao crematório, situado na estrada entre as localidades de Cayacao e Puerto Marqués.
Segundo as fontes, o cheiro produzido pelos corpos chamou a atenção dos vizinhos dessa região, que na quinta-feira à noite chamaram por telefone as autoridades para alertá-las do caso, pois segundo eles o local estava abandonado há um ano. Agentes da Polícia Federal, estadual e ministerial se encaminharam para o local e isolaram a área.
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Além disso, os corpos estavam cobertos de cal para evitar o mau cheiro e nenhum tinha sido queimado. O Estado de Guerrero é um dos mais pobres, com maior presença do crime organizado e com forte conflito social do México.
Protestos – Milhares de manifestantes liderados pelos pais dos 43 estudantes assassinados bloquearam por algumas horas na quinta-feira a estrada que liga a Cidade do México a Acapulco, em mais uma mobilização para lembrar o crime. O protesto reuniu 15.000 pessoas, segundo os organizadores, e durou quatro horas. No ano passado, os protestos registraram momentos críticos, como a tentativa de incêndio do Congresso e de outros prédios públicos.
Antes do bloqueio da rodovia, os manifestantes caminharam em Chilpancingo, capital de Guerrero – que fica a 276 km da Cidade do México. Os manifestantes voltaram a denunciar o envolvimento dos militares no ataque aos estudantes da escola rural de Ayotzinapa, o que o governo nega com veemência. O Ministério Público mexicano afirmou na semana passada ter a “certeza legal” de que os jovens foram assassinados pelo cartel Guerreros Unidos com ajuda da polícia local e incinerados em uma área isolada de Cocula, município vizinho de Iguala. Os corpos teriam sido jogados em um rio. Os pais das vítimas se negam a aceitar a versão oficial.
(Com agências EFE e France-Presse)