Mais de 60.000 sírios fugiram do país pela crise, diz Acnur
Apesar de trégua, tropas de Assad continuam o bombardeio a Homs nesta 6ª

Cerca de 61.000 sírios deixaram o país no último ano por causa do conflito e são assistidos em quatro países da região – Iraque, Jordânia, Líbano e Turquia -, anunciou nesta sexta-feira o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (Acnur). A Turquia é a nação vizinha que mais acolhe refugiados, cerca de 24.000; seguida por Líbano, com 21.000; Jordânia, com 13.750; e Iraque, com 2.400.
Entenda o caso
- • Na onda da Primavera Árabe, que teve início na Tunísia, sírios saíram às ruas em 15 de março para protestar contra o regime de Bashar Assad, no poder há 11 anos.
- • Desde então, os rebeldes sofrem violenta repressão pelas forças de segurança, que já mataram mais de 9.400 pessoas no país.
- • A ONU alerta que a situação humanitária é crítica e investiga denúncias de crimes contra a humanidade por parte do regime.
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O Acnur também alertou que a chamada humanitária lançada pela ONU para cobrir as necessidades de assistência na Síria só obteve 20% dos 84 milhões de dólares solicitados, o que deixa toda a operação em uma situação ‘crítica’.
Violência – Também nesta sexta-feira, as tropas do regime sírio bombardearam a cidade de Homs, reduto opositor situado no centro do país, apesar do cessar-fogo em vigor. Segundo a oposição, os bombardeios são mais intensos do que nos últimos dias. Além disso, as forças sírias dispararam e prenderam ativistas na cidade de Anjel, na província meridional de Deraa, enquanto foram registradas explosões na cidade de Duma, nos arredores de Damasco, acrescentou o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH) em comunicado.
Diplomacia – A nova jornada de violência acontece um dia depois de os rebeldes do Exército Livre Sírio (ELS) terem pedido a formação de uma aliança militar dos países aliados que intervenha de forma pontual na Síria, diante da recusa do regime sírio em cumprir o fim das hostilidades. Enquanto isso, continua na Síria a missão de observadores da ONU, encarregada de verificar o cumprimento do plano de paz do mediador internacional Kofi Annan, que inclui o fim da violência, o recuo militar das cidades e o início de um diálogo político, entre outros pontos.
A ONU e Damasco assinaram na quinta-feira o acordo que fornecerá as bases para o desdobramento de até 300 boinas azuis que supervisionarão o cessar-fogo no país, em vigor desde a última semana. Desde então, a violência sofreu uma redução, mas não desapareceu de forma completa, em um clima de contínuas acusações entre ambas as partes.
(Com agência EFE)