Pelo menos 230 baleias foram encontradas encalhadas nesta quarta-feira, 21, em uma praia remota na costa oeste da Tasmânia, na Austrália.
Acredita-se que cerca de metade delas, provavelmente baleias-piloto, ainda está viva, mas mais devem morrer durante a noite. Equipes de resgate estão sendo enviadas para a área, mas a operação é “complexa” devido à localização, disse o Departamento de Recursos Naturais e Meio Ambiente da Tasmânia em comunicado.
Os habitantes locais cobriram as baleias com cobertores e jogaram baldes de água sobre elas para tentar mantê-las vivas. O departamento de meio ambiente do estado disse que especialistas em conservação marinha vão concentrar-se nas baleias ainda saudáveis o suficiente para sobreviver.
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As baleias-piloto são mamíferos altamente sociais e conhecidas por encalhar em grupos, porque viajam em comunidades grandes e unidas que dependem de comunicação constante.
Não está claro o que fez com que as baleias encalhassem na entrada de Macquarie Harbour, uma enseada grande e rasa em uma área rural. É mesmo local remoto onde ocorreu o pior encalhe da Austrália, há dois anos, envolvendo quando quase 500 baleias-piloto. Mais de 380 baleias-piloto morreram, mas cerca de 100 sobreviveram graças aos socorristas.
Em entrevista à emissora britânica BBC, a cientista da vida selvagem Vanessa Pirotta disse que as semelhanças entre o encalhe e o último – mesma espécie, mesmo local, mesma época do ano – são “incomuns” e preocupantes.
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Segundo ela, as baleias podem ter “navegado mal”, seguido um líder doente ou desorientado, ou se assustado em águas mais rasas. As mudanças climáticas também podem ter impactado a navegação, já que mudanças no ambiente marinho, na temperatura da água ou na quantidade de presas podem expulsar as baleias de seus habitats.
Contudo, as razões por trás dos encalhes permanecem um “mistério”, disse Pirotta, assim como o porquê da Tasmânia ser um ponto tão comum para os incidentes. Uma explicação possível é que há muita vida marinha na área, e mais animais podem significar mais incidentes, e também há muitas correntes diferentes no local.
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Pirotta ressaltou que o próprio fato da Tasmânia ser uma “ilha gigante” pode representar um perigo de navegação para animais que usam a “ecolocalização”, quando um animal emite uma onda sonora que rebate em um objeto, produzindo um eco que fornece informações sobre a distância e o tamanho desse objeto.
“Você está navegando essencialmente em águas abertas e, de repente, há terra”, disse a cientista.