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Mais de 1 milhão de pessoas estão nas ruas contra Mubarak

Manifestantes realizam a "marcha dos milhões", o maior dos protestos já organizados pela população para pressionar o governo a renunciar

Por Da Redação
1 fev 2011, 15h29

Cerca de um milhão de egípcios se reuniram nas imediações da Praça Tahrir, no centro do Cairo, para atender aos chamados para os protestos contra o regime do presidente Hosni Mubarak, de acordo com informações do canal árabe Al-Jazira. Nesta terça-feira, 1º, foi convocada a “marcha dos milhões”, o maior dos protestos já organizados pela população para pressionar o governo a renunciar, o que vem ocorrendo há uma semana.

Além das passeatas no centro da capital egípcia, milhares saíram em protesto na cidade de Suez, no leste do país. Também há manifestações em Alexandria, na costa norte, Ismaília e cidades no delta do Nilo, como Tanta, Mansoura e Mahalla el-Kubra.

O serviço de internet segue fora do ar e os servidores telefônicos operam apenas parcialmente. O governo fechou estradas para evitar a aglomeração e sufocar os protestos, mas as medidas não estão adiantando. Os manifestantes dizem que permanecerão na Praça o tempo que for necessário para que Mubarak saia do poder.

Embaixadas – Diante do clima cada vez mais tenso, embaixadas do Egito em pelo menos três capitais europeias elevaram o nível de segurança. Houve reforço no policiamento em Praga, na República Checa, Viena, na Áustria e Bratislava, na Eslováquia.

A porta-voz da polícia checa, Veronika Hodacova, disse que a segurança foi intensificada em toda área ao redor da embaixada em Praga. Na capital austríaca, o responsável pela polícia informou que a representação diplomática egípcia está agora sob supervisão permanente e a proteção ao embaixador foi intensificada. Houve aumento do patrulhamento também na embaixada em Bratislava. Na Suíça, a polícia disse que “ajusta continuamente suas medidas de segurança”, mas não confirmou se o policiamento da embaixada do Egito em Berna e a segurança da missão do país em Genebra foram elevados.

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Protestos – Conforme anunciou na noite de segunda-feira, o Exército não reprimiu as manifestações hoje. Na manifestação, muitos rezam com os joelhos no asfalto, cantam músicas em que pedem a queda do presidente e seguram cartazes, confiantes.

A oposição pede a queda de Mubarak, no poder desde 1981. O Nobel da Paz Mohamed ElBaradei, que lidera grupos de oposição, está convencido de que Mubarak acabará renunciando “para salvar sua pele” e acredita que o Exército egípcio ficará ao lado do povo. “Não acho que vão atirar contra as pessoas, e além disso, disparar para proteger o quê?”, perguntou. “Mubarak renunciará hoje mesmo ou, no mais tardar, na sexta-feira”, apostou o opositor.

Patrick Baz/AFP

Cairo, Egito
Cairo, Egito (VEJA)
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De acordo com ElBaradei, causa espanto Washington dizer que espera que Mubarak “introduza reformas democráticas” a essa altura. Ele acha que o governo americano sabe que os dias do presidente egípcio “estão contados”. “Agora as pessoas não dizem mais que Mubarak deve sair. Agora já falam que é preciso julgá-lo. Se ele quer salvar sua pele, o melhor a fazer seria renunciar”, disse. ElBaradei também está indignado pelos saques nas ruas egípcias. “Mas é certo que muitas dessas quadrilhas de criminosos e saqueadores são parte da Polícia secreta”, afirmou.

Oposição – Na última segunda-feira, o vice-presidente do Egito, Omar Suleiman, propôs um diálogo com todos os partidos políticos, inclusive sobre reformas constitucionais e legislativas, uma das principais reivindicações expressas pelos manifestantes anti-Mubarak.

Uma coalizão de grupos oposicionistas respondeu ao governo nesta terça-feira dizendo que o início de negociações com o Exército para uma democracia de transição só poderia ocorrer após a renúncia de Mubarak. “Nossa primeira demanda é que Mubarak saia. Apenas depois disso o diálogo pode começar com as forças militares sobre os detalhes de uma transição pacífica de poder”, disse Mohammed al-Beltagi, ex-membro do Parlamento e membro da Irmandade Muçulmana, o principal partido de oposição a Mubarak.

Vítimas – A Alta Comissária da ONU para os Direitos Humanos, Navi Pillay, afirmou nesta terça-feira dispor de informações não confirmadas de que 300 pessoas morreram nos protestos desde a semana passada, mais do que o dobro do balanço anunciado até o momento. Navi se declarou “profundamente alarmada com o crescente número de vítimas” no Egito, país que passa por manifestações sem precedentes. Os balanços mais recentes registravam 125 mortes. “O número de vítimas aumenta a cada dia e algumas informações não confirmadas sugerem que 300 pessoas podem ter morrido. Mais de 3.000 teriam ficado feridas e centenas detidas”, afirmou.

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(Com agências EFE e France-Presse)

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