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Maduro inventa outra: o ministério da Suprema Felicidade Social

A intenção do presidente é tornar o vice-ministério responsável pelos programas assistencialistas deixados de herança pelo caudilho Hugo Chávez

Por Da Redação
25 out 2013, 18h30

Os venezuelanos têm poucos motivos para sorrir nos últimos anos. Além do índice de inflação que poderá chegar a quase 50% neste ano, o país enfrenta um sério desabastecimento de itens básicos, como papel higiênico e produtos alimentícios. Presidente de um país assolado pelos desmandos deixados de herança pelo caudilho Hugo Chávez, Nicolás Maduro decidiu se preocupar com a “felicidade” da população de um modo inusitado. Seu governo anunciou nesta semana a criação do vice-ministério da Suprema Felicidade Social do Povo Venezuelano, que, segundo o jornal El País, terá a incumbência de coordenar os programas assistencialistas que tornaram os mais pobres dependentes do falecido general.

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Como não poderia deixar de ser, Maduro inventou a pasta para “honrar a memória de Chávez”, o seu mentor político. Após proibir os jornais locais de noticiar o desabastecimento de produtos, Maduro quer centralizar o controle das “misiones”, que consistem basicamente em uma fórmula para distribuir pequenas quantias de dinheiro aos beneficiários.

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De fato, as riquezas extraídas dos poços de petróleo venezuelanos, a maior fonte de recursos do país, financiam os programas assistencialistas. A disseminação maciça das misiones foi um conselho que o ditador cubano Fidel Castro deu a Chávez em 2003. Por meio desta prática, o general instituiu um sistema de governo batizado por opositores de “medocracia”. O receio de perder os benefícios tornou a população fiel ao caudilho, e continuará garantindo o apoio ao governo de Maduro, mesmo com os preocupantes índices econômicos. “As misiones formam parte de um grande sistema da revolução socialista. Temos que levar essas misiones ao céu, esse é o nosso agradecimento a Chávez”, sentenciou Maduro.

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O responsável pelo vice-ministério será o ex-deputado Rafael Ríos, que terá o apoio do médico de Chávez, Julio César Alviarez. Aos escolhidos, Madurou desejou “todo o êxito” e pediu para que os programas assistencialistas cubram “o mais sublime e amado desejo do povo venezuelano”. Em contrapartida, o mandatário disse que não seguirá os conselhos para mudar o controle cambial que mantém a economia do país fragilizada. Há uma década vigora a ferrenha cotação do dólar em 6,30 bolívares, enquanto no mercado paralelo a taxa de câmbio é quase sete vezes maior que a oficial. Analistas consideram que a deterioração da economia venezuelana se deve, em parte, à falta de dólares em um país que depende das importações, tanto para a indústria como para a compra de alimentos e produtos de primeira necessidade.

Ao falar novamente sobre a situação econômica, Maduro repetiu a ladainha de sempre, Disse que uma “guerra nacional e internacional” é responsável pelo descontrolado índice inflacionário. “Com os investimentos que são feitos, o trabalho que se faz, se não estivesse submetida à guerra nacional e internacional desses fatores econômicos, a economia (venezuelana) teria um ano perfeito, teria reduzido a inflação abaixo de 20%”, disse. Alegando a necessidade de combater a corrupção e a “lógica capitalista destrutiva”, Maduro solicitou à Assembleia Nacional, no início deste mês, a aprovação da “Lei Habilitante”, que permitirá que ele governe por decretos pelo período de um ano.

(Com agência France-Presse)

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