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Maduro diz ter frustrado tentativa de golpe que incluía bombardeio

Sem apresentar provas, governo afirma que 13 pessoas, incluindo um general aposentado, foram presas por envolvimento em plano orquestrado pelos EUA. Exército reafirma 'lealdade incondicional' ao presidente

Por Da Redação
13 fev 2015, 19h11

As Forças Armadas da Venezuela reforçaram nesta sexta-feira o “apoio incondicional” ao presidente Nicolás Maduro, em um pronunciamento em cadeia nacional de rádio e TV. O ministro da Defesa, Vladimir Padrino, acrescentou que os militares já têm as “instruções do presidente e sabem o que fazer para a defesa da pátria”.

A manifestação dos oficiais, encabeçada pelo ministro, dá sequência à retórica iniciada na véspera pelo próprio Maduro, propagandeando o desmantelamento de um golpe contra o governo. Obviamente, nenhuma prova foi apresentada, só um falatório que apontou, mais uma vez, contra o inimigo externo, os Estados Unidos. “Desarticulamos e desmantelamos um atentado golpista contra a democracia e estabilidade de nossa pátria. Trata-se de um intento de utilizar um grupo de oficiais da aviação militar para provocar um ato violento”.

Segundo o governo, um general aposentado da Força Aérea e mais trezes pessoas foram presos por envolvimento na suposta tentativa de golpe. Além disso, dois políticos da oposição e um empresário seriam responsáveis por planejar o golpe, disse o presidente da Assembleia Nacional, Diosdado Cabello, que mostrou fotos de armamentos alegadamente pertencentes aos suspeitos. Na mirabolante versão governista, os conspiradores pretendiam bombardear com um avião Tucano o Palácio Miraflores, o Ministério da Defesa e a sede da Telesur, canal de televisão estatal.

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Maduro vendeu a história como se estivesse comemorando um êxito e atacando desafetos. “Vou fazer tudo para derrotar essas emboscadas e golpes da direita derrotada, do império americano”, disse. A divulgação do suposto plano contra o presidente ocorreu na sequência da desvalorização do bolívar promovida pelo governo.

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“Na Venezuela, o golpe está sendo dado é no estômago do povo”, cravou o diretor-executivo da coalizão opositora Mesa de Unidade Democrática, Jesús Torrealba. “O país está quebrando. O governo inventa essas histórias de golpe para não ter de falar sobre isso”, afirmou. “Quem vai querer derrubar um governo que está caindo sozinho? Quem vai querer sujar as mãos derrubando um governo corrupto?”, questionou, segundo o jornal El Universal.

Para Torrealba, as agressões contra a oposição vão continuar como forma de o governo tentar reduzir o estrago nas eleições parlamentares deste ano. “Nós vamos sim, tirar esse governo [do poder], mas com uma avalanche de votos”.

Unasul – Ser alvo de um golpe é uma ideia fixa repetida exaustivamente pelo presidente venezuelano quando, de fato, se há um golpe em andamento, Maduro é quem mais está perto de executá-lo, sufocando a imprensa, prendendo opositores, reprimindo protestos. Nesta quinta, a polícia novamente entrou em confronto com manifestantes, no aniversário de 1 ano da onda de manifestações contra Maduro que se espalhou pelo país e deixou mais de 40 mortos.

A Unasul, seguindo a linha adotada durante a onda de protestos, quando se posicionou ao lado dos repressores, reforçou o apoio a Maduro depois da nova ‘denúncia’. “O organismo reitera sua vontade de encontrar caminhos democráticos e pacíficos e reitera seu apoio ao presidente Nicolás Maduro”, escreveu o colombiano Ernesto Samper, secretário-geral do grupo, em sua conta no Twitter.

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Suíça – Enquanto isso, o país afunda cada vez mais nos graves problemas econômicos. A escassez de produtos básicos persiste e a inflação segue sem controle. O governo promoveu uma desvalorização da moeda frente ao dólar e ordenou um aumento de 40% no preço do transporte público nas regiões metropolitanas, a ser aplicado em duas etapas, segundo o jornal espanhol ABC.

Esta semana, a Venezuela também teve de se manifestar sobre as contas milionárias reveladas pelo “SwissLeaks” – o país aparece como o terceiro com a maior quantia de dólares depositada na filial suíça do banco britânico HSBC, com um total de 14,8 bilhões de dólares acumulados entre 2005 e 2007, período do governo do caudilho Hugo Chávez. Desse montante, 85% se concentravam em contas de propriedade da Tesouraria venezuelana e do Banco do Tesouro.

O ministro da Economia, Rodolfo Marco Torres, que aparece como titular de uma conta em nome do Banco do Tesouro, afirmou que as contas “são totalmente transparentes”. “Não são contas secretas. Passaram pela contabilidade, foram revistas”.

(Com Estadão Conteúdo e agências EFE e France-Presse)

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