Maduro diz que milícia civil da Venezuela chega a 1,6 milhão de membros
Ditador diz que objetivo dos milicianos é proteger o país de agressões externas, principalmente da Colômbia
Nicolás Maduro disse na segunda-feira 17 que a milícia civil venezuelana atingiu 1,6 milhão de membros, mais do que triplicando de tamanho desde o início do ano.
Segundo o ditador venezuelano, a missão do grupo é defender o país de agressões externas. O líder socialista constantemente acusa Estados Unidos, Colômbia e Brasil de planejarem ataques contra a Venezuela.
“Nós iremos armar a milícia bolivariana até os dentes”, disse Maduro, sem detalhar quantos membros da milícia estão armados. “Uma força imperialista invasora pode entrar em uma parte da nossa pátria, mas os imperialistas precisam saber que eles não vão sair daqui vivos”.
A Milícia Nacional Bolivariana é uma força de reserva composta de voluntários civis que foi fundada em 2008 pelo ex-presidente Hugo Chávez para auxiliar as Forças Armadas.
Maduro observou na segunda-feira que, em abril, deu a ordem para aumentar o tamanho da força de reserva para 1 milhão de membros. Na época, ele disse que a milícia contava com “quase 400.000” integrantes.
Ameaças
O presidente venezuelano também usou a milícia para ameaçar seu homólogo colombiano, Iván Duque. Maduro acusa a Colômbia de liderar uma ação militar contra seu governo.
“Ele (Duque) pessoalmente dirige a preparação de ações contra a Venezuela, denuncio isto ao mundo. Age com o apoio e o financiamento da Casa Branca”, disse Maduro durante parada militar para recordar a morte de Simón Bolívar, em 1830, e a criação da Milícia Bolivariana, em 2009.
“Nós não nos metemos com ninguém, Iván Duque, mas você será o responsável se algum dia a Colômbia agredir militarmente a Venezuela. Que o nosso povo e o povo colombiano saibam disso”, advertiu Maduro.
Maduro tem elevado o tom contra Estados Unidos, Colômbia e Brasil, países que acusa de colocar em andamento um plano para derrubá-lo ou assassiná-lo, enquanto se alista para iniciar um segundo mandato, a partir de 10 de janeiro.
Segundo Caracas, o complô inclui o treinamento de tropas nos Estados Unidos para tomar bases militares na Venezuela, e de mercenários na Colômbia para simular ataques de tropas venezuelanas aos países vizinhos.
(Com Reuters e AFP)