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Maduro diz que espera abrir ‘canais de diálogo’ com Joe Biden

Tensões entre Caracas e Washington têm sido constantes desde era do ex-presidente Hugo Chávez, mas alcançaram novos picos com Maduro e Trump no poder

Por Da Redação
Atualizado em 9 dez 2020, 13h04 - Publicado em 9 dez 2020, 12h53

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, afirmou nesta quarta-feira, 9, ter esperanças de abrir canais de diálogo com os Estados Unidos após a posse em janeiro do presidente-eleito, Joe Biden.

Em coletiva de imprensa, o líder venezuelano disse acreditar que Biden foi eleito a partir de uma coalização diversificada de forças sociais, e, portanto, um governo do democrata estaria mais aberto ao diálogo.

“Esperamos que seja empossado o novo governo, do senhor Joe Biden, esperamos que tenha tempo para pensar e esperamos que as possibilidades de comunicação e diálogo com os Estados Unidos sejam abertas”, disse Maduro.

Maduro também disse que sempre esteve disposto a estabelecer relações de comunicação e respeito com os Estados Unidos, mas que as políticas do país em relação à Venezuela, especialmente no mandato do republicano Donald Trump, têm sido de “agressão”.

Trump, que ainda tenta reverter nos tribunais a derrota nas eleições de 3 de novembro, não reconhece Maduro como presidente legítimo na Venezuela após a posse do chavista em janeiro 2019.

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As tensões entre Caracas e Washington têm sido constantes desde a era do ex-presidente socialista Hugo Chávez (1999-2013), mas alcançaram novos picos com Maduro e Trump no poder.  O republicano chegou a dizer que “todas as opções” estavam sobre a mesa na crise venezuelana, aludindo a uma via militar.

Junto com mais de 50 países, incluindo o Brasil, que reconhecem o líder da oposição Juan Guaidó como presidente interino, o governo americano pressiona Maduro a deixar o poder e iniciar uma transição com eleições livres para a oposição participar. Ao mesmo tempo, Washington impõe ao país sul-americano sanções, estrangulando ainda mais a economia de uma nação que já está em ruínas – a inflação ao ano chega a 2.400%.

As restrição contra a PDVSA, a estatal petrolífera venezuelana e espinha dorsal da economia, impedem que a empresa exporte petróleo para fora do país. Para tentar contornar a situação, Caracas começou a negociar petróleo com o Irã.

Um governo de Biden pode abrir as portas para diminuir restrições envolvendo a estatal, mas pouco faria para aliviar a crise política interna, uma vez que o democrata já afirmou categoricamente, e diversas vezes, que classifica Maduro como um ditador.

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O último embate com Washington foi neste fim de semana, quando a Casa Branca ignorou a eleição para renovar o Parlamento, único poder nas mãos da oposição. A legitimidade das eleições do domingo 6 foi amplamente questionada. Com 69% de abstenção, o regime de Maduro tomou controle da Assembleia Nacional em meio a acusações de manipulação dos eleitores, que precisam apresentar um documento com o qual recebem subsídios do Estado para votar. Também houve acusações de supressão da oposição, após o governo suspender os direitos políticos dos líderes de três partidos diferentes. 

A vitória sedimenta ainda mais o poder de Maduro sobre a Venezuela. Controlando a Assembléia Nacional, o Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV) e aliados comandam 19 dos 23 estados, 305 das 335 prefeituras, tem 227 dos 251 deputados das assembleias legislativas regionais. Além disso, quase nove em cada 10 vereadores, que deliberam nos Parlamentos municipais, respondem às diretrizes do partido.

(Com AFP)

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