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Macron rompe silêncio sobre vitória da esquerda e pede coalizão ‘plural’

Apelo do presidente da França ocorre após eleição legislativa que não deu maioria no parlamento a nenhuma das principais forças políticas do país

Por Da Redação
Atualizado em 10 jul 2024, 17h32 - Publicado em 10 jul 2024, 16h19
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  • O presidente da França, Emmanuel Macron, apelou nesta quarta-feira, 10, aos principais partidos do país para que formem uma coalizão “sólida” e “plural” na Assembleia Nacional. O pedido, realizado por meio de uma carta aos jornais regionais, ocorre após a surpreendente vitória da Nova Frente Popular (NFP) no segundo turno das eleições legislativas do país. A coligação de esquerda conquistou 182 assentos, número que, embora impressionante, não foi suficiente para compor maioria (289), tornando necessário um acordo com outra ala política.

    “Peço a todas as forças políticas que reconhecem (seu compromisso com) as instituições republicanas, o Estado de direito, o parlamentarismo, a orientação europeia e a defesa da independência francesa que se engajem em um diálogo sincero e leal para construir uma maioria sólida, necessariamente plural, para o país”, escreveu ele, segundo documento publicado no diário francês Le Parisien.

    O texto é divulgado depois de uma reviravolta no pleito de domingo, resultado de uma série de negociações entre candidatos de esquerda e centro: o partido ultradireitista Reagrupamento Nacional (RN), que havia liderado a primeira rodada, terminou em terceiro lugar (com 143 parlamentares eleitos), atrás da NFP e da coalizão centrista de Macron, Juntos (168). Cerca de 60% dos franceses foram às urnas no último domingo.

    + Macron nega renúncia de premiê e pede continuidade até novo governo

    Ainda que o resultado tenha sido diferente do esperado por Jordan Bardella, líder do RN que estava de olho no cargo de primeiro-ministro, o partido de extrema direita saiu fortalecido, com um crescimento de 55 assentos em relação a 2019. O governo de Macron, por sua vez, enfrenta uma dura realidade, agora com 82 cadeiras a menos. Sem maioria definida, a carta de Macron explicou que seu premiê, Gabriel Attal, permanecerá no cargo até o estabelecimento do novo governo, com base na “tradição republicana”.

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    “Vamos depositar nossa esperança na capacidade de nossos líderes políticos de demonstrarem bom senso, harmonia e calma em seu interesse e no do país. É à luz desses princípios que decidirei sobre a nomeação do primeiro-ministro”, disse o líder francês. “Isso exige dar às forças políticas um pouco de tempo para construir esses compromissos com serenidade e respeito por todos.”

    Entre os extremos

    Macron não mencionou pelo nome o Reagrupamento Nacional, nem a Nova Frente Popular, que também é composta de partidos de extrema esquerda, como a França Insubmissa. Mas, ao citar “valores republicanos”, ele teria como objetivo excluir os extremos de cada espectro político.

    Em resposta, parlamentares da França Insubmissa afirmaram que o presidente deveria aceitar a indicação da coalizão de esquerda que, mesmo sem maioria, apresentou o melhor resultado nas eleições. Também pediram que Macron concedesse ao bloco a permissão para formar um governo.

    “O melhor que ele pode fazer pelo país neste momento é permitir que o grupo que ganhou mais assentos, a Nova Frente Popular, governe. Qualquer outra maquinação seria realmente problemática e perigosa para a democracia”, rebateu um deles, Eric Coquerel, ao programa da televisão francesa LCI.

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