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Macri anuncia pacote econômico eleitoreiro após derrota em primárias

Ao abordar a crise econômica que atinge o país, presidente faz uma mea culpa e admite erros de seu governo na condução da crise

Por Da Redação
Atualizado em 14 ago 2019, 12h12 - Publicado em 14 ago 2019, 11h31

Após sofrer uma brutal derrota nas eleições primárias, o presidente da Argentina, Mauricio Macri, anunciou nesta quarta-feira, 14, um pacote de medidas econômicas “de alívio” para 17 milhões de trabalhadores e para as pequenas e médias empresas do país. Em pronunciamento transmitido em rede nacional, o líder ainda fez um mea culpa ao mencionar a sua gestão da crise econômica do país e se desculpou pela forma como reagiu ao resultado da prévia, realizada no domingo 11.

De caráter eleitoreiro, o pacote inclui a redução dos pagamentos de imposto sobre a renda, o aumento de subsídios para os argentinos mais pobres e o congelamento por 90 dias dos preços dos combustíveis. O governo também se encarregará de pagar 2.000 pesos (147 reais) aos trabalhadores formais de baixa renda em setembro e outubro. As regras do imposto de renda  serão alteradas para que os contribuintes recebam também 2.000 pesos por mês como uma espécie de restituição.

O plano foi elaborado nos últimos dois dias pela equipe de Macri como uma forma de tentar aliviar o impacto sobre a população da queda dos mercados financeiros, provocada pela esmagadora vitória da chapa Frente de Todos, formada por Alberto Fernández e pela ex-presidente Cristina Kirchner, nas primárias do fim de semana.

O custo do pacote para os cofres públicos foi estimado em 40 milhões de pesos (2,9 milhões de reais) pelo Ministério da Economia, segundo o jornal El Cronista. O ministério insistiu que esses gastos não afetará a meta de resultado primário equilibrado previsto no Orçamento e, portanto, não será financiado com o aumento do imposto sobre exportações agrícolas.

‘Desculpas’

Na segunda-feira 12, após a divulgação dos resultados, o candidato à reeleição adotou um discurso agressivo contra seus adversários e afirmou que a votação foi “ruim”. Nesta quarta-feira, diante da repercussão negativa de sua fala, Macri se desculpou por seu comportamento.

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“Quero lhes pedir desculpas pelo que disse na coletiva de segunda. Tive dúvidas sobre fazê-lo porque ainda estava muito afetado pelo resultado das eleições de domingo, sem dormir e triste”, afirmou Macri.

Neste ano, como as principais coligações já definiram suas chapas para a eleição presidencial, as primárias serviram como um teste para o primeiro turno do pleito, marcado para ocorrer no próximo dia 27 de outubro. Fernández obteve uma ampla vantagem de 15 pontos nas primárias, com 47,65% dos votos, contra 32,08% do atual presidente.

A vitória esmagadora foi um duro golpe às chances de reeleição de Macri e afetou os mercados financeiros com receios de que a Argentina pudesse voltar às políticas econômicas intervencionistas do governo anterior.

Ao abordar a crise econômica que atinge o país, Macri fez uma mea culpa e admitiu erros do seu governo, que obteve do Fundo Monetário Internacional um pacote de ajuda financeira de 56 bilhões de dólares em 2018. Ainda assim, o governo não conseguiu conter a escalada da inflação nem deslanchar o crescimento econômico do país. Para este ano, o FMI prevê recuo de 1,9% no Produto Interno Bruto e taxa de inflação de 43,7% ao ano, em dezembro.

“Sobre o resultado da eleição quero que saibam que os entendi, que respeito profundamente os argentinos que votaram por outras alternativas”, afirmou. “Que isso tenha acontecido é pura e exclusivamente responsabilidade minha e da minha equipe de governo”, disse.

Macri também explicou que, ao assumir em 2015, por sua “formação de engenheiro”, priorizou “solucionar as coisas de fundo, fazer as bases sólidas sobre as que creio e vejo que a Argentina está se pondo de pé”. “Mas fazendo uma autocrítica, sou consciente que o dia a dia terminou sendo uma exigência esgotadora para muitos”, disse.

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