Londres mobiliza militares em hospitais sobrecarregados por ômicron
Nesta semana, Reino Unido ultrapassou pela primeira vez a marca de 200.000 casos diários
O Ministério da Defesa do Reino Unido anunciou nesta sexta-feira, 7, o envio de cerca de 200 militares para apoiar hospitais que enfrentam escassez de funcionários e sobrecarga devido ao aumento de casos de Covid-19, ligados ao avanço da variante ômicron. De acordo com a pasta, eles foram colocados à disposição do Serviço Nacional de Saúde em Londres nas próximas três semanas.
O anúncio foi feito depois de o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, indicar nesta semana que seu Executivo confia em conseguir “atravessar” esta última onda de casos sem necessidade de impor novas restrições na Inglaterra. O anúncio foi criticado por diversos órgãos, à medida que o país ultrapassou pela primeira vez a marca de 200.000 casos diários.
A pressão sobre hospitais da capital inglesa aumentou durante o último mês, com 4.000 pacientes atualmente hospitalizados com Covid-19, em comparação com os cerca de 1.100 no início de dezembro. Atualmente, há 236 pacientes em respiradores na capital, em relação aos 190 do mês passado, e as admissões diários são cerca de quatro vezes maior em relação ao começo de dezembro.
Ao todo, o país soma cerca de 14 milhões de casos, incluindo mais de 150 mil mortes.
Entre os militares enviados estão, segundo comunicado, 40 médicos e 160 oficiais que ajudaram a suprir a falta de pessoal do serviço público que está afastado pela doença. Eles se juntam a cerca de outros 1.800 militares já enviados para pontos de todo o Reino Unido para reforçar a resposta à pandemia.
“Os homens e mulheres de nossas Forças Armadas apoiam uma vez mais nossos colegas do NHS, trabalhando lado a lado para proteger o país da Covid-19”, disse o ministro da Defesa, Ben Wallace.
O anúncio, no entanto, foi interpretado pela diretora da Royal College of Nursing, Patricia Marquis, como um sinal de que o Executivo “já não pode negar que há uma crise de funcionários no sistema público de saúde”.
A fala da diretora foi reforçada pelo presidente do Conselho da Associação Médica Britânica, Chaand Nagpaul, que alertou que o serviço está sofrendo com níveis sem precedentes de ausência de pessoal devido ao grande número de profissionais em isolamento após apresentarem resultado positivo para Covid-19.