Londres, 29 nov (EFE).- O Reino Unido condenou nesta terça-feira o ‘inaceitável’ ataque realizado em sua embaixada em Teerã por manifestantes e pediu ao Executivo iraniano que defenda seus diplomatas destacados no país.
Um grupo de estudantes islâmicos atacou nesta terça-feira a embaixada do Reino Unido em Teerã, onde a bandeira britânica foi arrancada e documentos foram saqueados ao final de uma manifestação convocada contra o governo de Londres, com o qual Teerã decidiu reduzir o nível de relações diplomáticas.
Os agressores gritavam ‘Vamos nos apoderar da embaixada britânica’, em alusão à invasão da legação dos Estados Unidos em 1979, quando foi ocupada por estudantes islâmicos apoiados pelo regime do aiatolá Ruhollah Khomeini durante 444 dias.
Em comunicado, o Ministério das Relações Exteriores britânico indicou nesta terça-feira que ainda não dispõe de todos os detalhes sobre a situação no Irã, mas confirmou ‘a incursão de um número significativo de manifestantes no recinto da embaixada e vandalismo à propriedade’.
‘Nos sentimos ultrajados. É totalmente inaceitável e condenamos (o episódio)’, apontou o Foreign Office.
O Executivo britânico também afirmou que segundo as leis internacionais, incluindo a Convenção de Viena, o governo iraniano é obrigado a proteger os diplomatas e as embaixadas presentes em seu território.
‘Esperamos que atuem de forma urgente para deixar a situação sob controle e para garantir a segurança de nosso pessoal e a segurança de nossas instalações’, conclui o comunicado.
A tensão entre o Irã e o Reino Unido foi aumentando nos últimos dias depois que no dia 21 de novembro Londres decidiu suspender todas as transações financeiras com os bancos iranianos, incluindo o Banco Central do Irã, por seu programa nuclear.
Há dois dias, o Parlamento iraniano ratificou por grande maioria uma lei para diminuir as relações com o Reino Unido, o que representa a retirada de embaixadores.
A lei passou na segunda-feira por seu último trâmite, ao ser validada como constitucional pelo Conselho de Guardiães da Revolução iraniana. De acordo com o texto, o Ministério das Relações Exteriores tem duas semanas para aplicar a lei e reduzir ao mínimo as relações políticas e econômicas com o Reino Unido. EFE