A Liga Árabe deu, nesta quinta-feira, um novo ultimato a Damasco, desta vez de menos de 24 horas, para aceitar o envio de observadores, sob pena de sanções, além de recorrer, pela primeira vez, à ONU para ajudar a resolver a crise na Síria.
Os ministros árabes de Relações Exteriores, que no começo mostravam-se reticentes à internacionalização da crise síria, pediram ao secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, que “tome as medidas necessárias”.
Os ministros árabes de Finanças preveem reunir-se no sábado, para decidir sobre punições eventuais, contra as quais se opõe o Líbano.
Estariam incluídas, segundo um funcionário da organização pan-árabe, “a suspensão tanto dos voos para a Síria, quanto das transações com o Banco Central e o comércio com Damasco – com exceção das relacionadas a bens de primeira necessidade para a população – além do congelamento de bens financeiros do governo”.
A economia síria já está afetada pelas medidas tomadas pela União Europeia (UE) e os Estados Unidos. A iniciativa dos países árabes ameaça afogar a Síria, já que a metade de suas exportações e quase um quarto das importações são negociadas com eles.
“Se isso realmente acontecer, será uma desgraça (…), porque causará seguramente danos severos à Síria, mas também a outros países árabes”, considerou o ministro sírio da Economia e Comércio, Mohamad Nedal Alshar, em entrevista à AFP.
Ao mesmo tempo, no país, a repressão não cede. Doze civis morreram, entre eles seis na região de Homs (centro), segundo balanço do Observatório sírio de Direitos Humanos (OSDH), com sede em Londres.
O OSDH também informou sobre ataques na “cidade de Rastan com metralhadoras, depois de confrontos entre o exército e desertores”.
Enquanto isto, na cidade de Hulé, 11 membros das forças governamentais morreram em “violentos confrontos”, informou o OSDH.
O aparecimento do Exército Livre Sírio (ELS), uma milícia formada por desertores, faz temer uma guerra civil.
Também no centro da Síria, perto de Tadmur, sete pilotos militares morreram nesta quinta-feira, num ataque assumido pelo ELS contra o veículo em que viajavam, informou um opositor, em Homs.