Líder norte-coreano Kim Jong-un faz visita-surpresa à China
É o quarto encontro em menos de um ano; reunião acontece em meio às negociações para apaziguar guerra comercial da potência asiática com os Estados Unidos
O líder norte-coreano Kim Jong-un chegou à China para uma visita de três dias a convite do presidente Xi Jinping, de acordo com a imprensa chinesa. A viagem, que não havia sido anunciada antes, acontece em meio ao segundo dia de negociações entre chineses e americanos para tentar apaziguar a crescente guerra comercial entre as nações.
Em uma nota divulgada nesta terça-feira, 8, a agência estatal norte-coreana, KCNA declarou que Kim deixou a capital Pyongyang na tarde desta segunda com sua esposa Ri Sol Ju. Ele também está acompanhado de diplomatas do alto escalão, incluindo Kim Yong Chol, que supervisiona negociações com os Estados Unidos e outros países.
O trem que levava o líder norte-coreano cruzou a fronteira com a China durante a madrugada, no horário local. É a quarta viagem de Kim à Pequim em menos de um ano. A primeira, em março de 2018, foi o pontapé inicial de novas políticas diplomáticas do jovem governante que culminaram em encontros com a Coreia do Sul e os Estados Unidos.
Durante coletiva de imprensa também nesta terça, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Lu Wang, não comentou o propósito ou o cenário em que Kim faz a visita, dizendo apenas que “o foco deveria ser que a China e a Coreia do Norte estão fazendo esforços conjuntos para estabelecer a paz e estabilidade na península coreana”, chamando os países de “vizinhos próximos e amigáveis.”
Exigências americanas
Na última semana, em seu discurso de Ano Novo, o governante norte-coreano advertiu que poderia mudar sua atitude em relação aos Estados Unidos caso Washington mantenha, apesar da reaproximação diplomática ocorrida desde o ano passado, suas sanções econômicas contra Pyongyang.
A China e a Rússia acreditam que a ONU deveria considerar suspender essas sanções. Mas o presidente americano declarou que elas permanecerão em vigor até que haja resultados positivos em termos de desnuclearização.
Já a tensão entre o gigante asiático e o governo Trump piorou depois que a executiva chinesa Meng Wanzhou foi presa no Canadá, processada pelos Estados Unidos por fraude. Em meio à competição econômica, a atitude foi vista como um desafio. Vários canadenses foram presos, o que autoridades encararam como uma represália da China. O Departamento de Estado americano manifestou preocupação, dizendo acreditar no risco de o país adotar retaliações também contra seus cidadãos.